Endividamento é impulsionado pelo consumismo; saiba como evitar compras desnecessárias Elisa Vaz 09.06.23 10h56 A busca pelos produtos mais novos do mercado, mesmo sem precisar de dispositivos e itens tão evoluídos, seja um fator a se considerar quando falamos de endividamento. (Marcos Santos / USP) O endividamento afeta ao menos 60% das famílias paraenses, segundo a Federação do Comércio do Pará (Fecomércio-PA), que publica mensalmente uma pesquisa analisando essa condição. Já a inadimplência fica quase sempre na casa dos 20% dos lares. Entenda como endividamento qualquer tipo de dívida, ou seja, compras parceladas no cartão de crédito e financiamentos entram nessa gama, porque você ainda não terminou de pagá-los. É diferente de inadimplência, quando as despesas ficam no vermelho. VEJA MAIS: Endividamento e inadimplência crescem entre as famílias do Pará em março Economista afirma que isso pode ter ocorrido por causa dos compromissos financeiros do início do ano, como volta às aulas Mais de 27% dos paraenses têm dívidas em atraso Altas taxas de endividamento e inadimplência prejudicam desempenho da economia População idosa representa 15,4% dos inadimplentes no Pará; veja como se livrar das dívidas Golpes virtuais e a necessidade de ajudar a família no pagamento de despesas podem ser motivos que levam a esse percentual Mas, afinal, por que as pessoas não conseguem ficar em dia com seus gastos e sempre têm algo para pagar, seja atrasado ou não? Claro que a inflação provocada por uma série de crises econômicas e políticas tem a ver com isso, assim como a guerra na Ucrânia e a pandemia da covid-19, que impactaram o mercado, e os anos em que o salário mínimo não foi reajustado também. Para mim, no entanto, vai além disso. O capitalismo - esse sistema que vigora na sociedade há tempos e que incentiva um consumo desenfreado - certamente tem sua culpa no processo. Não é de hoje que as pessoas são influenciadas por propagandas e anúncios e acabam querendo (ou mais, comprando) o que não precisam. Talvez a palavra seja ganância. O substantivo feminino quer dizer “avidez, cobiça, cupidez” ou “desejo exacerbado de ter ou de receber mais do que os outros”. Em outra linguagem, acho que podemos entender esse pecado capital como a simples vontade de se ter o que não se pode comprar ou o que não condiz com a nossa realidade financeira. E talvez essa busca por mais, pelo melhor e mais novo do mercado, mesmo sem precisar de dispositivos e itens tão evoluídos, seja um fator a se considerar quando falamos de endividamento. A minha sugestão é a seguinte: antes de se encantar por um produto que você vai desejar e comprar a qualquer custo, estabeleça suas prioridades. Você realmente precisa de um relógio e fone de ouvido inteligentes? E o celular mais caro de última geração? Se a resposta for sim - ou se, mesmo não precisando, você tiver como pagar por esses itens sem comprometer o orçamento -, vá em frente. Mas, se em algum momento, aquilo for pesar no seu bolso, dê um passo para trás e tente se sentir genuinamente feliz com o que você já tem. Como evitar o consumismo Sempre entenda o motivo de cada compra: é importante estar consciente dos motivos que levaram você a querer determinado item e da utilidade que terá na sua rotina. Controle o orçamento e foque nas metas: quando se deparar com algo que você quer muito, pense se vale a pena diminuir aquele valor separado para realizar um sonho. Adie compras até se esquecer delas: uma dica é colocar o item desejado na “geladeira”. Não compre imediatamente, deixe ali até você esquecer que queria comprar. Tente ter um consumo mais consciente: busque formas de equilibrar o seu consumo. Por exemplo, se você acabou de comprar um celular, quando for comprar roupas escolha um brechó. Planeje suas compras: sempre planeje o que vai comprar. Exemplo: se em junho você quer comprar presente de Dia dos Namorados, deixe aquela série de livros para agosto. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave economia coluna colunas e blogs colunas economia com e endividamento COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Economia com E . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!