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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

A saga “Alien” nos cinemas

Marco Antonio Moreira

"Alien: O 8º Passageiro", de Ridley Scott, foi uma surpresa marcante para o público quando estreou mundialmente nos cinemas em 1979. Lembro-me de assistir ao filme no Cine Palácio, com grande expectativa, pois o diretor Ridley Scott já era conhecido por seu primeiro longa-metragem, "Os Duelistas" (1977), exibido no Cinema 1, que impressionou por sua estética impecável, reminiscentes de "Barry Lyndon" (1975) de Stanley Kubrick. As expectativas foram plenamente atendidas, pois "Alien" se mostrou um filme de ficção científica moderno, com uma trama repleta de mistérios e reviravoltas, efeitos especiais impressionantes e atores que enriqueceram as cenas intensas de terror e suspense. Além disso, o filme destacou-se ao apresentar Ripley, interpretada por Sigourney Weaver, uma protagonista feminina como personagem central na narrativa.

image "Aliens, O Resgate" (Divulgação)

 

O primeiro "Alien", que apresenta um ser alienígena que ataca e utiliza humanos como hospedeiros para futuros aliens, destacou-se por um roteiro objetivo, que elucidou claramente as motivações da narrativa e apresentou cenas de ação, suspense e terror sem exageros. O diretor Ridley Scott (que dirigiu "Blade Runner: O Caçador de Androides" em 1982) criou imagens subjetivas que, além de sustos, geraram um profundo medo nos espectadores. Em 1986, James Cameron (que produziu e dirigiu "Titanic" em 1997) lançou "Aliens: O Resgate", que manteve a essência da narrativa do primeiro filme, mas deu mais destaque às cenas de ação. O filme foi um enorme sucesso de bilheteria mundial, confirmando o interesse do público pelo personagem Alien.

image "Alien: Covenant" (Divulgação)

 

Em 1992, David Fincher (que dirigiu "Seven: Os Sete Crimes Capitais" em 1996) criou um dos filmes mais sombrios da franquia com "Alien 3", que provocou reflexões mais profundas sobre os personagens e os diversos interesses armamentistas e comerciais envolvidos na existência do Alien. Em 1997, em uma interessante iniciativa de nova abordagem estética do personagem, a direção do francês Jean-Pierre Jeunet (autor de "Delicatessen" e "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain") trouxe personagens significativos, resultando em mais um sucesso mundial.

image Alien Ressurrection (Divulgação)

 

Em 2004 e 2007, a saga Alien continuou com "Alien vs. Predador" e "Alien vs. Predador 2", produções claramente oportunistas com finalidades comerciais evidentes, que pouco se preocuparam com a qualidade dos roteiros e dos novos personagens. Em 2012 e 2017, Ridley Scott retornou como diretor em dois filmes que buscaram revelar histórias anteriores a "Alien: O Oitavo Passageiro". "Prometheus" é um filme que explora de maneira expressiva as origens da saga, com nuances filosóficas significativas. Já "Alien: Covenant", apesar de conter ótimas cenas e diálogos, reproduziu narrativas dos filmes anteriores, acrescentando, obviamente, efeitos especiais extraordinários.

image Legenda ("Prometheus" (Divulgação)

 

"Alien: Romulus", dirigido pelo uruguaio Fede Álvarez (conhecido pelo filme de terror "Um Homem nas Trevas"), é o novo filme da franquia Alien, cuja história se passa entre o primeiro filme (1979) e o segundo (1986). Neste filme, um grupo de jovens colonizadores espaciais se aventura nas profundezas de uma estação espacial abandonada e descobre uma forma de vida aterrorizante. Pelo trailer, percebi um excesso de cenas de violência, que espero não tenha comprometido uma possível boa história de ficção científica, com um personagem alienígena que, em muitos momentos, é utilizado como meio de exploração comercial por uma companhia que ignora qualquer traço de humanidade e respeito pela ciência.

image "Alien Romulus" (Divulgação)

 

A saga Alien, na maioria dos seus filmes, apresenta reflexões significativas, comparáveis a diversos clássicos do gênero de ficção científica, embora seja frequentemente direcionada para um viés comercial que muitas vezes restringe a capacidade temática das histórias e personagens, apesar de incluir reflexões de temas contemporâneos expressivos ligados à ciência, filosofia, entre outros temas relevantes para o cinema do século XXI.

Como sugestão para os leitores que desejam assistir ou rever a saga Alien a partir do lançamento mundial de "Alien: Romulus", recomendo seguir a ordem cronológica dos filmes, excluindo as produções "Alien vs. Predador" e "Alien vs. Predador 2".

Boas sessões!

1) Prometheus (Ridley Scott, 2021),

2) Alien: Covenant (Ridley Scott, 2017),

3) Alien, o Oitavo Passageiro (Ridley Scott, 1979),

4) Aliens, O Resgate (James Cameron, 1986),

5) Alien 3 (David Fincher, 1992),

6) Alien – A Ressurreição (Jean-Pierre Jeunet, 1997).

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