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CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Parazão é fim ou meio para Remo e Paysandu?

Carlos Ferreira
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Até o final dos anos 80, antes da implementação do sistema de acessos, o campeonato estadual era a principal possibilidade de conquista para os clubes. Por isso, era a competição mais importante para Remo e Paysandu, especialmente pela intensa rivalidade entre eles.

Com a introdução dos acessos e rebaixamentos no Campeonato Brasileiro, a partir de 1990, houve uma mudança gradual de mentalidade. Atualmente, o Parazão é visto mais como uma etapa de preparação do que como uma meta de título. Afinal, são as competições organizadas pela CBF que oferecem suporte financeiro e perspectivas de crescimento, principalmente agora que ambos estão na Série B. Os torcedores podem até discordar, mas é assim que os dois clubes estão estruturados no futebol atual.

O preço de um projeto bem planejado

Ter, já no primeiro trimestre, um elenco preparado para a Série B implica em altos custos em um período de menor faturamento. Esse é o preço de um planejamento apropriado.

Nada garante o sucesso de Leão e Papão na Série B, mas os planos são coerentes e os reforços contratados têm boas referências. No futebol, no entanto, mesmo quem trabalha corretamente pode fracassar, assim como pode corrigir falhas e reagir. Foi o que aconteceu com azulinos e bicolores nas duas últimas temporadas.

Baixinhas

  • O Amazonas, terceiro clube do Norte na Série B, optou por investimentos modestos nas competições regionais, guardando "munição" para a Série B. Assim, a tendência é remontar o time no meio da temporada, até porque a janela de transferências se fecha em 28 de fevereiro e só reabre em junho.
  • Samuel Cândido, técnico do São Francisco, foi campeão paraense em 2007 comandando o Remo. Rogerinho Gameleira, do Capitão Poço, tem uma carreira de destaque como atleta e algumas passagens interinas no Paysandu.
  • O Santa Rosa conta com o volante Warian "Ameixa" Santos, que, aos 18 anos, foi campeão estadual pelo Remo e posteriormente vendido ao Corinthians. Atualmente com 28 anos, o jogador passou por Atlético Goianiense, São Caetano, CRB, Mixto, Independente/Tucuruí, Sampaio Corrêa, Retrô e Taubaté.
  • Seis técnicos estreiam no Campeonato Paraense: Jairo Nascimento (Castanhal), Wallace Lemos (Independente), Silvio Criciúma (Águia), Pedro Chaves (Santa Rosa), Carlos Pereira (Caeté) e Ignácio Neto (Tuna).
  • Wallace Lemos, 56 anos, chega ao Independente após passagens por Guarani/SP, Ipatinga, Moto Club, River/PI, entre outros. Mais recentemente, trabalhou em Portugal. Jairo Nascimento, técnico do Castanhal, é paraense de Marabá e tem bons trabalhos no futebol tocantinense.
  • O Parazão, que começa amanhã, será a 112ª edição. Sua história começou em campo aberto, no Largo de São Brás, em 1907. O primeiro campeonato não foi concluído. O primeiro título, em 1908, foi conquistado pelo extinto União Esportiva.
  • O Clube do Remo iniciou sua trajetória no Campeonato Paraense em 1913, enquanto o Paysandu estreou em 1914. O Papão soma 50 títulos, o Leão Azul tem 47, a Tuna conquistou 10, União Esportiva 2, Independente 1, Cametá 1 e Águia 1.
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Carlos Ferreira
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