Varíola dos macacos: 'bolhas não param de doer', relata mulher que está com suspeita da doença
Moradora de Itaguaí, a moça suspeita ter contraído o vírus na própria cidade; ela cumpre isolamento domiciliar e aguarda diagnóstico
Uma mulher de Itaguaí, no Rio de Janeiro, que preferiu não ter o nome divulgado, teve um vídeo divulgado nas redes sociais, onde explica a situação durante isolamento domiciliar por suspeita de varíola dos macacos. A mulher mostrou as bolhas pelo corpo e reclamou das dores pelo corpo, febre e ainda detalhou que “as bolhas não param de doer”.
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Atendida no Hospital Municipal São Francisco Xavier no domingo (19), a mulher compartilhou o vídeo para alertar as pessoas e pediu que os casos não fiquem escondidos “como com o covid”. Ela diz ter sido muito bem atendida, isolada da população e agora está em isolamento domiciliar, onde técnicos da prefeitura foram buscar amostras que enviaram para o Rio de Janeiro para confirmação do diagnóstico.
Segundo o portal “Atual”, a mulher trabalhava em um hotel chamado Club Med, em Mangaratiba, próximo ao município onde mora. Entretanto, a paciente afirma que começou a sentir os sintomas no dia 14 de junho e que não esteve no hotel há mais de um mês e por isso acredita que tenha se contaminado no próprio município onde mora.
O conteúdo coletado nesta segunda-feira (20) foi enviado e aguarda análise. Ainda não há previsão de data para confirmação ou não do diagnóstico. A prefeitura de Itaguaí, em nota para o UOL, afirma que todas as medidas de contenção e controle já foram realizadas. As secretarias municipal e estadual de Saúde atuam em conjunto.
Transmissão
A varíola dos macacos ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com com outros indivíduos infectados, por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório, ou com objetos contaminados com fluidos das lesões do paciente infectado, ou ainda um animal infectado - acredita-se que os roedores sejam o principal reservatório animal para os humanos.
Sintomas
Os sintomas iniciais costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão. Dentro de 1 a 3 dias após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
Tratamento e vacina
Geralmente, os pacientes de varíola dos macacos se recuperam em algumas semanas sem tratamento específico, apenas com repouso, muita hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle dos sintomas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que não há recomendação de uso de vacina da varíola para casos de varíola dos macacos.
Histórico
A varíola dos macacos foi descoberta em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no Congo. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano. Entre 2018 e 2021, foram relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos.
(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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