Suspeita de matar familiares com bolo envenenado deixou carta antes de morrer em cela
Deise teria deixado um “tipo de desabafo” por escrito, juntamente com uma série de cartas
Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, que estava presa sob suspeita de envenenar um bolo com arsênio, resultando na morte de três membros da mesma família no dia 23 de dezembro de 2024, foi encontrada morta em sua cela nesta quinta-feira (13), na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul. Antes de morrer, ela deixou um recado.
De acordo com o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, a suspeita teria deixado um “tipo de desabafo” por escrito. “Ela escreveu alguns bilhetes. Primeiro, tem uma camiseta em que ela escreveu um desabafo, em que dizia: ‘Não sou assassina, só sou um ser humano fraco com depressão por tanto sofrer e pagar pelo erro dos outros’. É uma série de cartas. No primeiro momento, vimos apenas a camiseta, mas, depois, na avaliação detalhada do local, apareceram alguns escritos”, relatou.
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Deise estava presa temporariamente desde o dia 5 de janeiro, sob acusação de triplo homicídio e tentativas de homicídio. Ela ficou um mês no Presídio Estadual Feminino de Torres, mas, como a prisão foi prorrogada pela Justiça e, em 6 de fevereiro ela foi transferida para Guaíba por questão de segurança.
Advogados afirmam que cliente tirou a própria vida após receber pedido de divórcio
Deise Moura dos Anjos morreu um dia depois de receber o pedido de divórcio do marido, enquanto estava na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. A informação foi divulgada em entrevista coletiva pelos advogados da família, Dr. Matheus Trindade e Dra. Fernanda Grivot, juntamente com o advogado de Deise, Dr. Cassyus Pontes.
Segundo o Dr. Matheus Trindade, um advogado representante do marido de Deise esteve na penitenciária na quarta-feira (12) para comunicar oficialmente o pedido de divórcio. Na ocasião, Deise teria dito que ele não precisaria voltar, pois tiraria a própria vida. Preocupado com a gravidade da declaração, o advogado relatou o episódio à família da detenta.
Os advogados da família afirmaram que tentaram alertar a direção da penitenciária sobre a situação, mas não conseguiram contato imediato. O retorno por parte da instituição ocorreu apenas na manhã de quinta-feira (13), por volta das 10h30.
Outro ponto destacado pela defesa foi a maneira como a família tomou conhecimento da morte de Deise. De acordo com os advogados, a informação chegou primeiro por meio da imprensa, antes de qualquer notificação oficial, o que sugere um possível vazamento de informações.
Já a Polícia Penal do Rio Grande do Sul informou que Deise "recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde". Ainda segundo o órgão, "a rotina de inspeção é permanente" e são feitas revistas diárias nas celas.
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