Polícia investiga atitude de seguranças que faziam escolta de empresário morto em aeroporto de SP
A versão de que o carro estava quebrado e de que apenas um dos quatro seguranças foi até o aeroporto proteger a vítima gerou suspeitas entre os investigadores
A investigação sobre a execução de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), no aeroporto internacional de Guarulhos, levou a polícia a suspeitar da conduta da própria equipe de escolta responsável pela segurança da vítima.
Segundo a PM, os quatro seguranças informaram que o carro em que eles estavam indo buscar o empresário no aeroporto quebrou no caminho. Como resultado, apenas um dos agentes teria seguido até o local para fazer a proteção de Gritzbach, utilizando um veículo diferente, enquanto os outros três ficaram onde o carro teria quebrado. As autoridades agora estão apurando os fatos para entender o que realmente ocorreu e esclarecer as circunstâncias do caso.
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Como a vítima era muito visada por ter delatado práticas criminosas do PCC, um investigador disse à TV Globo que o mais lógico teria sido eles deixarem o carro quebrado para trás e os quatro seguranças irem ao aeroporto buscar o homem e não três deles protegerem um suposto carro quebrado. Ainda segundo a polícia, o celular do empresário foi recolhido no local do crime, na área de desembarque do Terminal 2 do aeroporto. O aparelho vai ser periciado e pode ajudar nas apurações a partir da troca de mensagens que serão extraídas e identificadas.
As investigações apontam que Gritzbach já estava sendo monitorado desde sua saída de Goiás, pois os assassinos tinham conhecimento exato do horário de seu desembarque. A suspeita, de acordo com a polícia, é de que os criminosos foram informados sobre o momento em que ele chegaria, permitindo que o ataque fosse realizado assim que ele saísse do saguão do aeroporto.
O crime
O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, na última sexta-feira, 8. A ação ocorreu no Terminal 2, destinado a voos domésticos. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator. Uma dupla, com dois fuzis, realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e braços.
Dois motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava de outro voo foram baleados, mas a informação até o início da noite era de que o quadro de saúde dessas vítimas era estável. Pelo menos um deles estava dentro do aeroporto quando foi atingido.
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