Pedófilo tentou sequestrar outra menina três dias antes de raptar e estuprar criança
Investigações da Polícia Civil do DF apontaram que o carro do acusado estava circulando próximo à residência de outra possível vítima do criminoso
As investigações apontam que carro usado no sequestro de uma menina de 12 anos estava circulando próximo à residência de outra possível vítima desde segunda-feira (26), conforme apurado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O veículo pertence a Daniel Moraes Bittar, de 42 anos, suspeito que foi preso por acusações de rapto e estupro da menor.
Antes desses crimes, o suspeito teria tentado sequestrar uma outra menina, de 14 anos, que conseguiu escapar. O carro foi visto próximo à residência da potencial vítima. O delegado-chefe da 2ª DP, João Guilherme Medeiros de Carvalho, responsável pelas investigações, divulgou essas informações durante uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (30).
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"Houve uma mudança de vontade. A investigação deixa muito nítido que o carro deles circunda a residência dessa [primeira] vítima desde segunda-feira. As pessoas viram o carro dele várias vezes. Ele coloca a mala de viagem na segunda. Há uma sinalização de que algo seria feito com essa outra vítima. Agora, o porque houve essa desistência momentânea, temos que clarear melhor", relatou Carvalho.
De acordo com o delegado, a primeira menina não tinha conhecimento das intenções criminosas do homem. "Soube agora que houve essa intenção, que estavam à procura dela. Para ela, também foi uma surpresa, mas não houve nenhuma questão combinada de aliciamento direto. A questão estava sendo trabalhada por eles de forma camuflada, sem ela ter nenhum conhecimento".
Durante a operação, a polícia também apreendeu outros computadores e celulares no local de trabalho do suspeito, que atuava como analista de TI no Banco de Brasília (BRB) e foi demitido assim que o caso veio a público. Esses objetos serão analisados em busca de possíveis evidências que possam ligar o homem a uma rede de pedofilia.
"Hoje mesmo apreendemos outros computadores e celulares. Isso tudo vai ser analisado. É uma importante fonte de prova, para ver se há algo que indique uma rede por trás dessa pessoa, uma rede de pedofilia, de fato", disse Carvalho.
Além disso, a PCDF afirmou que um laudo médico constatou que as lesões na vítima, especialmente nos braços, foram causadas por um produto químico. Os resultados dos exames relativos ao abuso sexual sofrido pela menina ainda não foram divulgados.
Prisão preventiva
Na manhã de sexta-feira (30), a Justiça do Distrito Federal converteu a prisão em flagrante de Daniel e de Gesiely de Sousa Vieira, de 22 anos, em prisão preventiva. Os dois foram detidos pelo sequestro e estupro da criança de 12 anos em Jardim Ingá, em Luziânia (GO), onde o crime ocorreu na quarta-feira (28/6).
Com essa decisão, Daniel aguardará o julgamento no Complexo Penitenciário da Papuda, enquanto Gesiely ficará presa na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a Colmeia. Ambos enfrentarão acusações de estupro de vulnerável e cárcere privado.
Momentos de terror
Durante um período de 11 horas, a menina viveu momentos aterrorizantes nas mãos do criminoso, que admitiu o crime. Ela foi sequestrada, dopada, colocada dentro de uma mala, levada para o apartamento de Daniel na Asa Norte, onde foi agredida e estuprada pelo suspeito, que trabalhava como servidor público.
Sobrinha de um policial militar de Goiás, a garota foi resgatada algemada pelos pés, deitada em uma cama no apartamento do agressor. Ela apresentava hematomas pelo corpo e sinais de violência sexual, de acordo com a polícia.
Após o resgate, a menina foi levada para receber atendimento médico em um hospital.
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