Paraense deportada dos EUA relata maus-tratos: ‘Arrisquei a minha vida’

A paraense Valéria Silva Pinto, 26 anos, foi uma dos 76 brasileiros deportados dos Estados Unidos que desembarcaram nesta sexta-feira (28) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), após conexão em Fortaleza. Ela relatou ter passado por situações de risco e maus-tratos durante a viagem forçada de volta ao Brasil.

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Valéria contou que saiu do estado em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos, mas agora retorna com a sensação de alívio.

“Passamos por muito perrengue, fomos muito mal tratados. Os americanos são muito ignorantes com a gente. Eu arrisquei a minha vida e não recomendo, nunca mais vou fazer isso”, afirmou em entrevista aos veículos de imprensa.

Ela disse sentir-se em "liberdade" ao tocar novamente em solo brasileiro. O voo que trouxe Valéria e outros brasileiros ao país foi uma operação de deportação conduzida pelo governo norte-americano, com 106 pessoas a bordo. Parte do grupo desembarcou em Fortaleza, onde quatro permanecem detidos. Os demais seguiram viagem para outras cidades.

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Posto de acolhimento foi montado em Confins

Em Minas Gerais, os deportados foram recebidos em um espaço improvisado no próprio aeroporto. A Sala de Autoridades, normalmente reservada a chefes de Estado, foi transformada em Posto de Acolhimento aos Repatriados, com estrutura mínima para alimentação, acesso à água, energia, internet e banheiros.

Equipes do Serviço Social Autônomo (Servas) e do Governo de Minas Gerais ofereceram suporte aos brasileiros. Alguns receberam abrigo temporário, enquanto outros foram auxiliados para seguirem até suas cidades de origem.

Entre os deportados havia crianças, adolescentes e gestantes. Segundo o governo dos Estados Unidos, esses grupos não são mais algemados durante a viagem. No entanto, a maioria dos homens adultos viajou algemada até o desembarque no Brasil.