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Pará tem duas terras indígenas e quatro unidades de conservação com pistas de pouso, diz estudo

Do total das pistas na Amazônia, 28% estão localizadas dentro dessas áreas protegidas

O Liberal
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O Pará é o segundo entre os Estados da Amazônia com o maior número de pistas de pouso, somando 883, de acordo com pesquisa inédita realizada pelo MapBiomas, que identificou 2.869 dessas pistas dentro da região, mais que o dobro do que consta nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As informações são do portal Metrópoles.

Do total, 804 (ou 28%) estão localizadas dentro de unidades de conservação (UCs) e terras indígenas (TIs). Alguns dos territórios originários mais afetados são Kayapó (26) e Munduruku (21), ambas no Pará. E todas as quatro UCs com a maior presença de pistas de pouso estão localizadas no Estado: APA do Tapajós (156), seguida pela Flona do Amaná (53), APA Triunfo do Xingu (47) e Floresta Estadual do Paru (30).

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Além desses territórios, outros que também têm pistas de pousos são Yanomami, em Roraima, com 75 unidades para a aterrissagem de aviões, Raposa Serra do Sol (58), também em Roraima, e o Parque do Xingu (21), no Mato Grosso. Além do Pará, os Estados com grande quantidade de pistas de pouso na Amazônia são Mato Grosso (1.062 pistas), Roraima (218) e Tocantins (205). O estudo, que teve como base dados de satélite, ainda mostra que 33,7% das pistas estão a cinco quilômetros ou menos de algum garimpo ilegal dentro da área protegida.

Embora o índice de pistas seja alto, as terras indigenas mais afetadas por garimpo ilegal são a Kayapó, na qual 11.542 hectares foram tomados pela atividade predatoria até 2021, seguida pelo território Munduruku, com 4.743 hectares, e a terra Yanomami, com 1.556 hectares. No território Munduruku, 80% das áreas destinadas à aterrissagem de aviões estão a aproximadamente cinco quilômetros de distância de algum tipo de garimpo.

Terras indígenas e unidades de conservação

O coordenador técnico do mapeamento da mineração no MapBiomas, doutor em geologia Cesar Diniz, explica que identificar as pistas de pousos construídas dentro da floresta amazônica é uma tarefa essencial para acabar com a atividade de garimpo dentro das terras indígenas e unidades de conservação.

"Há um problema logístico intrínseco ao garimpo, em especial dentro de terras indígenas e unidades de conservação, onde não há grandes rotas de acesso terrestre ou fluvial. Isso exige o acesso aéreo para abastecimento do garimpo e escoamento da produção ilegal. Seja por helicópteros ou aviões de pequeno porte, por pistas ilegais ou pistas legais cooptadas pelo crime, grande parte da produção garimpeira amazônica é feita por via aérea", explica.

Já o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, diz que a quantidade de pistas e, consequentemente, de aeronaves em uso pelo garimpo, bem como o maquinário pesado empregado na atividade, indicam que o garimpo amazônico não é mais artesanal.

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