Pará recebe 2,7 milhões de doses da vacina contra gripe; veja quem pode tomar

Rede privada deve receber imunizante tetravalente a partir de abril

Emilly Melo
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O Ministério da Saúde enviou 6,5 milhões de doses da vacina contra a gripe para a Região Norte do país para dar início à aplicação ainda em março. O Pará deve receber 2,7 milhões de doses do imunizante, na versão trivalente para os grupos prioritários estabelecidos pela pasta. 

"A antecipação ocorre por uma especificidade da região Norte, que enfrenta um período intenso de chuvas a partir de abril e, consequentemente, um aumento dos casos de influenza deste mês em diante. Além disso, a região também tem mais áreas de difícil acesso, o que requer uma logística de vacinação mais complexa", afirma o Ministério da Saúde.

Na rede privada, a expectativa é que todos os laboratórios do país tenham a imunização  tetravalente disponível para a população acima de 6 meses a partir de abril. 

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"A vacinação contra a gripe se tornou uma barreira e cuidado muito importante para as pessoas não ficarem doentes. É a melhor ferramenta que a ciência dispõe no combate a doenças infecciosas como a gripe, que é uma doença grave, sistêmica e que impacta diretamente na qualidade de vida da população", afirma Fabiana Funk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC). 

A ABCVAC ressalta que a nova versão da vacina tem eficácia de proteção 24% superior em comparação com a dose padrão, contra a infecção por gripe em idosos. Além disso, contribui também para a redução de complicações decorrentes da doença e diminuição de 27% de hospitalizações por pneumonia e de 18% nas internações por eventos cardiorrespiratórios.

Vacina quadrivalente

A imunização na rede privada será feita a todas as pessoas acima de seis meses de idade com a vacina quadrivalente contra a influenza. A nova versão é composta por quatro sorotipos diferentes de Influenza.

A vacina protege contra duas cepas de Influenza B e duas do Influenza A, apresentando quatro vezes mais antígenos, com diferencial de gerar maior estímulo ao sistema imunológico.

Já os imunizantes ofertados pela rede pública são compostos por três sorotipos diferentes de Influenza, produzidos pelo Instituto Butantan. 

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A composição da vacina muda a cada ano, de acordo com as cepas do vírus que mais circulam no momento, informadas nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para 2023, o imunizante é composto por duas cepas da Influenza A e uma cepa da Influenza B.

Quem pode se vacinar no SUS?

"Todas as pessoas que pertençam aos grupos prioritários, idosos, pessoas com comorbidades, podem se vacinar na rede pública com a vacina trivalente, mas isso não impede que estas pessoas optem por tomar a vacina quadrivalente na rede privada. Mas quem não faz parte dos grupos contemplados encontra ampla oferta na rede privada de vacinação", afirma Fabiana, da ABCVAC.

Os grupos prioritários na rede pública deste ano englobam:

  • Crianças com idades de 6 meses a menores de 4 anos
  • Gestantes e Puérperas
  • Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas
  • Trabalhadores da saúde
  • Pessoas maiores de 60 anos
  • Professores de escolas públicas e privadas
  • Pessoas com comorbidades
  • Pessoas com deficiência permanente
  • Profissionais das Forças Armadas, de segurança e salvamento
  • Caminhoneiros e caminhoneiras
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso
  • Trabalhadores portuários
  • Funcionários do sistema prisional
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas
  • População privada de liberdade
  • Para crianças vacinadas pela primeira vez contra a gripe
  • Crianças com idades entre 6 meses e 8 anos 11 meses e 29 dias que nunca tomaram a vacina contra gripe, ou seja, em sua primovacinação, deverão tomar duas doses com intervalo de um mês entre elas.

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política)

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