Pai matou e enterrou a filha de 17 anos no quintal de casa, afirma Polícia Civil

A adolescente estava desaparecida há mais de um ano

Luciana Carvalho
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A Polícia Civil vai indiciar por homicídio e ocultação de cadáver o pai de uma adolescente de 17 anos que desapareceu desde outubro do ano passado. Na última sexta-feira (11), policiais encontraram uma ossada no quintal da casa onde os dois moraram. As informações são do G1 Santos.

Os restos mortais encontrados estavam envolvidos por uma rede e um lençol. De imediato, o Instituto de Criminalística (IC) foi solicitado para periciar a cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado.

O delegado do DP Sede de Ilha Comprida, Carlos Eiras, que investiga o caso contou que várias testemunhas disseram que Agata Gonzaga Peixoto Ferreira  deixou de ser vista após três meses morando com Gutenberg Peixoto Alves de Souza, pai da jovem, no bairro Balneário Britânia, em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo.

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Além do sumiço da adolescente, o delegado listou como indícios contra pai da jovem a ossada no quintal, as "mentiras" sobre o paradeiro da garota, o medo que ela tinha dele e o desaparecimento dele ao ser questionado por familiares.

Para o delegado, as provas são suficientes para o indiciamento do homem e para iniciar um processo pela condenação dele.

Entenda o caso

Em 26 de outubro, um tio de Agata  esteve na delegacia para informar que a sobrinha estava desaparecida há mais de um ano. O parente relatou que a adolescente estaca morando com Gutenberg que teria dito aos familiares que ela decidiu morar com a mãe em Itanhaém.

Ao ser contatada, a mãe da garota negou que Agata tivesse a procurado. A situação fez, portanto, que Gutenberg mudasse o discurso e contado que a filha havia fugido para Sorocaba, no interior de São Paulo, com um rapaz. Ele reforçou que, desde a saída de casa, Agata não havia dado notícias ou usado as redes sociais.

Um parente da adolescente, que não quis se identificar, disse que Agata foi criada pela avó desde os três meses, mas que passou a morar com o pai, que é considerado uma 'má pessoa na família', nos últimos três anos.

Ainda de acordo com o parente, a adolescente não tinha contato com a mãe e foi abandonada com três meses por ela. "A avó cuidava dela, sempre cuidou, mas aí esse monstro, depois da menina crescer, veio fazer inferno na vida da gente".

O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa, mas atualizado para homicídio na Delegacia de Ilha Comprida. A Polícia Civil segue com as investigações.

Abusos

O delegado disse que a ex-madrasta de Agata relatou que viu a garota ser molestada pelo pai. Testemunhas também informaram que o homem se mostrava muito protetor com a adolescente. "[Esse comportamento] de ficar protegendo até demais é típico de quem está molestando realmente".

"Todavia não conseguimos achar ninguém a quem ela teria relatado isso, além da ex-madrasta que relatou esses eventuais abusos. Até as amigas íntimas dela falaram que ela nunca falou nada sobre essa questão de abuso", disse o delegado.

Investigação

Os materiais genéticos encontrados no quintal onde Agata morava foram coletados e passam por análise para confirmar se os restos mortais são da jovem.

O delegado do DP ressaltou que Gutenberg está foragido, mas, "ele sendo ou não achado, será indiciado por esse homicídio e pela ocultação de cadáver". A Justiça decretou a prisão temporária do homem.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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