Justiça suspende concurso da UFMG após professor que elaborou a prova ser aprovado em primeiro lugar
O edital do concurso foi publicado em agosto de 2019, e em novembro do mesmo ano, o professor se desligou da universidade e, dias depois, se inscreveu para o concurso que ele mesmo elaborou
A Justiça Federal suspendeu o resultado de um concurso público para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), após o Ministério Público Federal (MPF) ter apresentado um pedido para a anulação do certame. A causa da suspensão foi o fato de o professor que elaborou a prova ter sido aprovado em primeiro lugar. O concurso em questão era destinado a preencher a vaga de professor adjunto do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).
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De acordo com informações do MPF, o professor em questão havia sido designado para a chefia do departamento em fevereiro de 2018 e, a partir do ano seguinte, participou diretamente da definição dos critérios da vaga que seria ofertada no concurso. O edital do concurso foi publicado em agosto de 2019, e em novembro do mesmo ano, o professor se desligou da universidade e, dias depois, se inscreveu para o concurso que ele mesmo elaborou.
O procurador da República Adailton Ramos do Nascimento afirmou que a participação do professor no concurso que ele próprio formatou “viola o dever de igualdade de condições exigível nas disputas por cargos públicos, além de outros princípios da administração pública, como moralidade, impessoalidade, legalidade e isonomia.”
A UFMG, por sua vez, declarou que suspendeu o concurso assim que foi questionada pelo MPF, e que a universidade está colaborando com a apuração da denúncia. Em nota, a universidade afirmou que "como instituição pública a serviço da sociedade, a Universidade se pauta pela lisura de seus processos seletivos e envida esforços para que o caso seja devidamente esclarecido".
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