Grupo de samba registra caso de racismo após casal ser flagrado imitando macacos em evento

O episódio aconteceu na última sexta-feira (19/7) e foi registrado em vídeo pela jornalista Jackeline Oliveira, do gabinete de Monica Cunha

Beatriz Rodrigues
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Representantes do grupo de samba "Pede Tereza", que se apresentava na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, quando um casal começou a fazer gestos racistas e imitando macacos, compareceram na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, nesta segunda-feira (22), para registrar o caso de racismo. As vítimas estavam acompanhadas de uma advogada e da presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara do Rio, vereadora Monica Cunha (PSOL).

O episódio aconteceu na última sexta-feira (19/7) e foi registrado em vídeo pela jornalista Jackeline Oliveira, do gabinete de Monica Cunha. Nas imagens, é possível ver o casal fazendo de forma vexatória e chamativa gestos de macaco. No meio de outras pessoas, eles dançam e gritam imitando sons do animal.

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Registro foi feito pela a jornalista Jackeline Oliveira, que compartilhou o caso nas redes sociais. Ela afirmou que fará uma denúncia contra o casal ainda nesta segunda-feira (22/7)

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"Isso é só repetição de todos os dias, tomou vulto porque a Jacke conseguiu filmar e conseguiu colocar no digital. Mas, a gente vive isso todo dia, não tem nada de novo", desabafou o representante da roda de samba, Wanderso Luna, ao portal O Dia.

Jackeline Oliveira, que compartilhou a cena nas redes sociais, disse que a cena foi tão agressiva que a única reação foi iniciar a gravação para ter provas e solicitar a retirada do casal do local pelos seguranças do evento. Mais tarde, ela decidiu procurar a Comissão de Combate ao Racismo da Câmara. "Eu não imaginava que teria tanta força, mas a população se mobilizou, porque não pode ser só mais um caso de racismo, tem que ter algum tipo de punição", disse ela.

Segundo Jackeline, o casal que aparece no vídeo é uma mulher argentina, de Buenos Aires, que estava em um congresso no Rio, e um homem carioca. Para ela, um dos envolvidos ser estrangeiro não diminui a gravidade do caso: "Nada ameniza o racismo, país nenhum, lugar nenhum dá a entender que o racismo é uma coisa boba, uma brincadeira".

Ao falar sobre o episódio, Wanderso disse que foi muita "energia positiva" não ter dado um problema muito maior. "Porque imagina, alguém imitando macaco, a gente sabe quanto isso dói na gente, o primeiro que dá um tapa, tem uma multidão, olha só o tamanho do problema que o poder público, a sociedade, podem tratar, podem prevenir", disse ele.

O representante do grupo de samba acredita que o episódio racista poderia ter sido evitado se houvesse mais conscientização da sociedade e ações do poder público. Ele também disse que além de punições mais severas, é preciso criar espaços onde pessoas pretas possam se sentir seguras, em especial aqueles relacionados à cultura, como as rodas de samba.

(*Beatriz Rodrigues, estagiária sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de Oliberal.com)

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