Família denuncia maternidade por impedir imagem de Oxum durante parto; entenda
Família havia deixado imagem para ser colocada no altar da maternidade a pedido da gestante
Uma família quilombola registrou um boletim de ocorrência contra a Maternidade Municipal de Salto de Pirapora (SP), alegando intolerância religiosa por parte de funcionários.
Segundo Cíntia Delgado, sua prima, Estefani de Abreu, que fazia acompanhamento pré-natal na unidade, solicitou que uma pequena imagem de Oxum fosse colocada no altar da maternidade próximo ao seu parto. A recepcionista teria aceitado guardar a figura, mas, no dia do nascimento, a imagem não estava no local. Ao questionarem sobre o ocorrido, foram informados de que “este tipo de imagem” não poderia ficar no altar sem autorização da prefeitura.
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Cíntia relatou que, ao insistir para saber o motivo da restrição, ouviu que, se a imagem fosse da Igreja Católica, não haveria necessidade de autorização. Diante da negativa, ela tentou contato com o prefeito Matheus Marum (PSD), que afirmou desconhecer qualquer regra sobre religiões de matriz africana e indicou que a decisão teria sido interna da maternidade. A família não recebeu a imagem de volta e, em resposta ao ocorrido, organizou uma manifestação na cidade, mas foi alvo de comentários ofensivos nas redes sociais.
A Prefeitura de Salto de Pirapora declarou estar ciente do caso e se posicionou contra qualquer tipo de discriminação religiosa. No entanto, afirmou que a maternidade é administrada pela Santa Casa de Misericórdia de São Bernardo do Campo, sendo a instituição responsável por esclarecer o ocorrido.
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