Estudo mostra que soro fisiológico pode reduzir ronco em crianças

De acordo com cientistas o uso é tão eficaz quanto o spray anti-inflamatório de esteroide, prescrito para aliviar distúrbios respiratórios do sono em pacientes infantis

Luciana Carvalho
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Um estudo divulgado pela revista Jama Pediatrics mostra que o uso de um spray nasal salino, com soro fisiológico, pode evitar problemas respiratórios em função do ronco e reduzir pela metade o número de crianças submetidas à cirurgia de retirada das amígdalas. As informações são do portal Correio Braziliense.

De acordo com cientistas do Murdoch Children's Research Institute, na Austrália, o uso é tão eficaz quanto o spray anti-inflamatório esteroide, regularmente prescrito para aliviar distúrbios respiratórios do sono em pacientes infantis.

Durante a pesquisa, a equipe analisou 76 crianças com idade entre 3 e 12 anos. Uma parte do grupo foi submetida ao tratamento padrão, recebeu furoato de mometasona. Outra, soro fisiológico (cloreto de sódio). Os responsáveis por todos os participantes foram orientados a aplicar o spray uma vez por dia nas crianças, ao longo de seis semanas. A equipe constatou queda nos sintomas de distúrbios respiratórios obstrutivos do sono (DRS) em todos os voluntários: 44% (grupo do mometasona) e 41% (do soro fisiológico).

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Para o grupo, os dados indicam que o tratamento dessa complicação comum em crianças pode ter um novo protocolo, que não precisa necessariamente ser cirúrgico. "Os resultados desse ensaio clínico sugerem que não houve diferença no efeito do tratamento entre mometasona intranasal e solução salina (...) e que quase metade das crianças com DRS poderia ser tratada inicialmente na atenção primária, não necessitando de encaminhamento para serviços especializados, como é atualmente recomendado", escreveram os autores do artigo.

Alice Baker, uma das autoras, explica que os sprays têm efeitos para além da região nasal. "Eles funcionam limpando e/ou reduzindo a inflamação não apenas no nariz, mas também no fundo da garganta até as adenoides e o tecido tonsilar para aliviar os sintomas", detalha, em nota.

Os principais efeitos adversos registrados no experimento foram sangramento nasal (9,7% no grupo mometasona e 15% no grupo solução salina) e coceira/irritação nasal (9,7% e 18%). A amigdalectomia, por sua vez, é cara, pode ser dolorosa e onera significativamente os recursos hospitalares, enfatizam os autores do estudo. Só na Austrália, são realizados mais de 40 mil procedimentos por ano.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Elisa Vaz, repórter do Núcleo de Política).

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