Dia da Mulher: entenda a história por trás da data comemorativa 2023
Diferente das demais datas comemorativas criadas pelo comércio, o Dia Internacional das Mulheres é visto como um dia de raízes históricas; saiba o motivo
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o 8 de março, diferente das demais datas comemorativas criadas pelo comércio, é visto como um dia de raízes históricas para ir a luta pelo direito das mulheres, com marcha, debates, seminários e manifestações ao redor do mundo para reivindicar a igualdade salarial, proteção, mais liderança feminina e reflexões para novos avanços. Os motivos dessa luta são vários, pois mesmo com uma considerável melhora nos dias atuais, ainda tem muito o que mudar. Pensando nessas questões sociais, o Oliberal.com detalhou toda a origem do Dia Internacional das Mulheres para explicar o porquê a data é de importante.
VEJA MAIS
Qual é a história do Dia Internacional das Mulheres?
No Brasil, é comum relacionar a data ao incêndio ocorrido na fábrica Triangle Shirtwaist Company, no dia 25 de março de 1911. O acidente ficou conhecido por vitimar cerca de 125 mulheres e 21 homens, que viviam à mercê das condições trabalhistas precárias e uma carga horária de trabalho exploradora. Apesar do incêndio ser muito conhecido e associado ao Dia das Mulheres, desde meados de 1909, registros comprovam que grupos femininos já se articulavam para reivindicar seus direitos perante as leis. Em fevereiro do mesmo ano, 15 mil mulheres marcharam pelas ruas de Nova York para pedir melhores condições de trabalho que, na época, eram majoritariamente femininas.
Como eram as condições de trabalho das mulheres?
As mulheres viviam uma intensa carga horária de trabalho, muitas vezes indo ou passando de 16h por dia, seis dias na semana. Na maioria das vezes, elas precisavam trabalhar aos domingos, em locais sem estrutura e com salários miseráveis. Vale lembrar que a mulher também não tinha o direito de votar.
Ativistas alemã e russa ajudaram na criação da data
Muitas conquistas obtidas pelas mulheres no século XX foram resultados da militância da professora alemã, jornalista e militante, Clara ZetKin, e da russa Alexandra Kollontai. Em agosto de 1910, Clara Zetkin propôs, durante uma reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhagen, a criação de uma jornada de manifestações dedicada às mulheres. A proposta da ativista era uma manifestação anual pela igualdade de direitos, porém, sem especificar uma data certa. O primeiro dia da mulher foi celebrado dessa maneira no dia 19 de março de 1911, e impulsionado mais ainda após o incêndio da Triangle Shirtwaist Company. Clara também foi co-autora de uma resolução em que se exigia direito a voto, igualdade de oportunidades e de salários para igual trabalho e proteção social à mulher e à criança, a resolução foi aprovada.
Marco histórico veio em 1917
No dia 8 de março de 1917, na Rússia, um grupo de operárias foi às ruas em uma poderosa manifestação contra a Primeira Guerra Mundial, pela falta de bens essenciais para a sobrevivência, pois o país sofria com a fome e a pobreza, e salários baixos. O protesto foi o pontapé inicial da Revolução Russa. Já no Brasil, em junho de 1917, cerca de 400 operárias do Cotonifício Rodolfo Crespi, de São Paulo, entraram em greve por melhores condições salariais e de trabalho. Houve uma violenta repressão à manifestação, que acabou levando à primeira greve geral de trabalhadores do Brasil.
Data foi oficializada pela ONU em 1975
O chamado Dia Internacional das Mulheres só foi oficializado em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nos Estados Unidos, o dia é marcado por protestos e marchas das mulheres durante o mês inteiro. No Brasil, nas principais cidades, também acontecem reivindicações sobre igualdade salarial, protestos contra a criminalização do aborto e violência contra a mulher. "Certamente, o 8 de Março é um dia de luta, dia para lembrarmos que ainda há muitos problemas a serem resolvidos, como os da violência contra a mulher, do feminicídio, do aborto, e da própria diferença salarial", pontua Eva Blay, socióloga e coordenadora da USP Mulheres.
(Estagiária Paula Figueiredo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA