Corpo de Dom Phillips é cremado no Rio de Janeiro
Os restos mortais do jornalista foram encontrados no dia 15 de junho, no Vale do Javari, no Amazonas
Na manhã deste domingo (26), familiares e amigos se despediram do jornalista britânico Dom Phillips, no cemitério Parque da Colina, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Dom foi assassinado na Reserva Indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Ele estava acompanhado do indigenista Bruno Pereira, que também foi morto.
Para a mídia, a viúva de Dom, Alessandra Sampaio, e a irmã dele, Sian Phillips, leram pronunciamentos em português e inglês. Ambas destacaram o amor do profissional da imprensa pelo país.
“Hoje, Dom será cremado no país que amava, seu lar escolhido, o Brasil. O dia de hoje é de luto, pedimos a compreensão de todos, sobre esses últimos momentos com o Dom, numa cerimônia dedicada apenas à família e aos amigos", disse Alessandra Sampaio.
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A atuação dele em prol da conservação ambiental também foi recordada e a viúva ressaltou que a morte do jornalista será irreparável.
"Dom era uma pessoa muito especial, não apenas por defender aquilo que acreditava como profissional, mas também por ter um coração enorme e um grande amor pela humanidade. Vamos celebrar a doce memória de Dom e sua presença em nossas vidas. Pedimos a gentileza de todos para vivermos um momento de paz, para podermos lidar com o luto e com a perda irreparável do nosso grande amor, Dom”, disse, emocionada.
Sian, irmã de Dom, contou sobre os projetos profissionais que foram interrompidos, entre eles, a produção de um livro chamado "Como Salvar a Amazônia?", sobre como preservar a floresta amazônica e modelos de desenvolvimento sustentáveis.
“Dom entendeu a necessidade de uma mudança urgente tanto na abordagem política quanto econômica da conservação. Família e amigos estão comprometidos a continuar este trabalho, mesmo nesse momento de tragédia. A história precisa ser contada”, ressaltou Sian.
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Relembre o caso
Dom e o indigenista Bruno Pereira foram vistos no Vale do Javari pela última vez no dia 5 de junho. Após prisões de suspeitos do desaparecimento de ambos, depoimentos e buscas, os restos mortais foram encontrados no dia 15 de junho.
Eles estavam na região a trabalho. Bruno tinha o objetivo de fazer reuniões em cinco aldeias sobre a proteção do território. Já o jornalista, pretendia colher material para o novo livro, através de entrevistas com indígenas e ribeirinhos. A região fica na fronteira com o Peru e próximo da Colômbia. Tem 8,5 milhões de hectares e abriga 26 povos indígenas - a maior parte isolados ou contatados recentemente.
A perícia apontou que Bruno Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica, e um na cabeça. Já o Dom Phillips, morreu após levar um tiro no abdômen/tórax.
(Estagiária Karoline Caldeira, sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Tainá Cavalcante)
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