Comando Vermelho: Pará e mais 22 estados estão na lista de atuação da facção, aponta relatório
Atualmente, o Comando Vermelho mantém 134 homens em posições de comando nos presídios do país
Um recente relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen) destaca a atuação crescente da facção Comando Vermelho (CV), que, 45 anos após seu surgimento no Rio de Janeiro, agora atua no Pará e em outros 22 estados do Brasil . A análise indica que a atuação do grupo apresentou um aumento de mais três estados em relação ao ano anterior, revelando uma organização cada vez mais consolidada e ousada.
A presença do Comando Vermelho no Pará é especialmente alarmante, com mais de 80 fugitivos registrados no estado, que se tornou um ponto estratégico para as operações da facção. Os líderes do tráfico de drogas no Pará, que residem no Rio de Janeiro, demonstram a importância do estado na posição da organização. Segundo a investigação da Polícia Civil do Pará, Tiago Teixeira Sales, conhecido como "Gato Mestre", ocupa o cargo de "presidente" do Comando Vermelho no estado, enquanto Anderson Souza Santos, o Latrol, é o vice, e David Pinheiro Palheta, o Bolacha, atuam como tesoureiro. Segundo as investigações, eles se escondem na Vila Cruzeiro e no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
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O relatório também revela que o Rio de Janeiro continua sendo um refúgio para bandidos de outros estados, com pelo menos 253 criminosos forgidos se escondendo na cidade. A facilidade de se ocultar nas áreas densamente povoadas do Rio, como a Maré, contribui para a permanência de faccionados na região.
Além do Pará, outros estados, como Amapá, Pernambuco e Espírito Santo, também se juntaram à lista onde o Comando Vermelho está ativo. A facção, que não tem presença no Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e São Paulo, é superada apenas pelo PCC em termos de abrangência, com 24 estados sob seu controle.
O diretor de Inteligência Penitenciária da Senapen, Antônio Glautter, observa que a expansão do Comando Vermelho, especialmente nas regiões norte e nordeste, é uma tendência natural da facção, que se caracteriza por sua natureza territorialista. Ele que ressalta a proximidade com áreas de fronteira, tanto terrestres quanto marítimas, aumenta o interesse do grupo por essas regiões.
Atualmente, o Comando Vermelho mantém 134 homens em posições de comando nos presídios do país, representando 21% de todos os líderes de facções encarcerados, além de controlar 125 pavilhões em diversas unidades prisionais. Essa estrutura organizacional robusta coloca o Comando Vermelho como uma das principais ameaças à segurança pública no Brasil.
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