Canibais de Garanhuns: criminosas estão na mesma prisão que Deolane Bezerra; relembre o caso

O crime ocorreu entre 2008 e 2012, em Pernambuco. Duas mulheres foram assassinadas e esquartejadas por trio

Lívia Ximenes
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Em 2012, no Agreste de Pernambuco, duas mulheres foram mortas por um trio criminoso. O caso ficou conhecido como “Canibais de Garanhuns”, visto que os envolvidos se alimentaram e comercializaram a carne das vítimas. Após 12 anos, Deolane Bezerra, presa por descumprir medidas judiciais, paga pena no mesmo presídio em que as culpadas estão.

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Isabel Cristina Torreão Pires, Bruna Cristina Oliveira Da Silva e Jorge Beltrão Negromonte da Silveira são os envolvidos no caso dos Canibais de Garanhuns. Em ação conjunta, eles mataram, esquartejaram e usaram partes dos corpos para alimentação própria e recheio de salgados vendidos na cidade. O trio era parte da seita “O Cartel”, na qual acreditava que a morte era uma espécie de purificação e pregava o controle populacional.

Para os membros da Cartel, a carne humana era alimento purificador e cada morte era ligada a um dos quatro elementos — ar, terra, fogo e água. Liderada por Jorge, a seita buscava por mulheres com filhos, solteiras e que não pudessem sustentar a família. Os requisitos foram estabelecidos por Bruna.

O primeiro assassinato ocorreu em 2008, vitimando Jéssica Camila da Silva Pereira. Giselly Helena da Silva e Alexandra da Silva Falcão foram as duas outras vítimas, mortas em 2012. Um quarto crime era planejado pelo trio.

image Os Canibais de Garanhuns mataram e esquartejaram três mulheres (Reprodução)

Jéssica foi morta aos 17 anos, em Olinda, capital de Pernambuco. Antes do crime, a adolescente morava com o pai, pedia dinheiro em semáforos e tinha uma filha de um ano. Isabel foi à casa de Jéssica pedir autorização do pai para que ela morasse com o trio e atuasse como empregada doméstica, tendo uma reposta negativa.

Apesar da discordância do pai, Jéssica fugiu de casa para viver com Isabel, Bruna e Jorge. Em uma discussão, Jorge a matou, esquartejou e tirou a pele. Além do trio, a filha de Jéssica também comeu da carne humana e teve os documentos falsificados, sendo adotada por Bruna e Jorge.

Após quatro anos, em Garanhuns, o trio fez a segunda vítima: Giselly Helena da Silva. Com igual proposta feita a Jéssica, Giselly, conhecida como “Geysa dos Panfletos”, foi trabalhar na casa dos criminosos.

O convite foi feito por Jorge, que frequentava o mesmo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em que Giselly tratava problemas psicológicos. Mãe de três filhos, a moça acreditou na oferta de emprego, mas foi assassinada e teve a carne consumida.

Alexandra Falcão da Silva, a terceira vítima, foi atraída por Isabel. Assim como nas duas armadilhas anteriores, Alexandra recebeu proposta de emprego. Igual a Giselly, a jovem era mãe de três filhos. No exato dia em que chegou na casa de Isabel, Bruna e Jorge, Alexandra sofreu a mesma sequência de crimes que Jéssica e Giselly.

O crime foi descoberto pela polícia após denúncias da família de Giselly e rastreio do cartão de crédito da vítima, que foi usado em diversas lojas da cidade. Ainda em 2014, o trio foi condenado a mais de 20 anos de prisão. Após quatro anos, em júri popular, a sentença de Jorge e Bruna foi de 71 anos e a de Isabel foi de 68 anos de reclusão em regime fechado.

Legalmente, Jorge e Isabel eram casados. O homem, nascido em 1961, manteve um relacionamento com Bruna, nascida em 1986, desde os 16 anos da mulher. Bruna passou a morar com o casal após consentimento de Isabel, formando um triângulo amoroso — ou trisal.

image Deolane Bezerra cumpre pena no mesmo presídio em que estão as criminosas do caso Canibais de Garanhuns (Reprodução / Instagram)

Isabel e Bruna estão na Colônia Penal Feminina de Buíque, mesmo local para onde Deolane Bezerra foi levada. A influenciadora digital teve a prisão domiciliar revogada. Jorge cumpre pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.

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(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)

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