Zélia Amador de Deus é homenageada em Nova Iorque por sua luta antirracista

A professora emérita da UFPA e ativista é uma das personalidades celebradas no jantar anual da BrazilFoundation, em Nova Iorque, nesta noite

Valéria Nascimento / O Liberal
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"Estou muito feliz sim, mas eu sempre destaco que a luta é coletiva, que não é um prêmio meu, é de todos nós, cada título, cada homenagem abrem frestas no tecido espesso da sociedade racista em que vivemos para que o nosso lugar se torne visível", afirmou nesta noite de quinta-feira (28), a professora e ativista Zélia Amador de Deus, momentos antes de receber mais uma homenagem, desta vez, internacional, por sua trajetória pioneira e educadora na luta antirracista no Pará e no Brasil.

Em casa, em Belém, a professora, que é doutora em Ciências Sociais, disse que aguardava a vídeo chamada para receber a homenagem da BrazilFoundation, em Nova Iorque. Ela contou que a entidade internacional chegou até ela por causa do documentário "Amador, Zélia".

A professora disse que integrantes da BrasilFoundation assistiram ao filme pela internet, e entraram em contato com ela, avisando sobre a homenagem e pedindo autorização para usar a imagem dela. Também entraram em contato com a secretária estadual de Cultura, Ursula Vidal, (o filme tem patrocínio da Lei Estadual Aldir Blanc), e com o próprio diretor do documentário, o jornalista paraense, Ismael Machado, que tem vivido entre o Rio de Janeiro e Belém. 

O curta-documentário "Amador, Zélia" é uma produção da produtora Floresta Urbana, com uma equipe cem por cento paraense. O jornalista Ismael Machado assina o roteiro e a direção; Aline Paes, a produção executiva; Glauco Melo, a direção de fotografia; e Michelle Maia, a direção de produção.

O filme foi lançado em Belém, no Cine Líbero Luxardo, em setembro de 2021, e tem recebido boa crítica do público com centenas de acessos no canal do Youtube, onde está disponibilizado. 

A professora Zélia tem tido um ano de homenagens, ela também será o tema da Escola de Samba Os Colibris, no Carnaval 2022, em Belém.

Como exemplo de ativista, a professora Zélia sempre pensa no coletivo. "A luta não começou agora, vem de séculos desde que os africanos chegaram nos navios negreiros. Daí para frente, os negros da diáspora africana no continente americano nunca pararam de resistir e de construir pequenas Áfricas por todos os lugares em que foram dispersos", afirmou, nesta noite de quinta-feira.

"O documentário está lindo, a edição, a direção tão sensíveis. Sou grata ao Ismael Machado. Fiquei surpresa com essa homenagem, em Nova Iorque. Eles me enviaram um link, soube que são uma fundação jovem que trabalha para captar recursos para projetos da luta antirrascista, especialmente, no Brasil'', frisou a professora.

HOMENAGEM EM NOVA IORQUE NESTA QUINTA-FEIRA (28)  

A professora Zélia Amador de Deus será uma das homenageadas no jantar anual, em Nova Iorque, promovido pela BrazilFoundation, nesta quinta-feira (28), com o qual a entidade retomará os eventos presenciais para arrecadar recursos e manter a ajuda humanitária no Brasil, colaborar para reduzir os danos da covid-19 e celebrar líderes sociais notáveis, com contribuições importantes para o combate à fome e a luta antirracista no Brasil durante a pandemia.

Junto com a professora Zélia Amador de Deus serão homenageados também Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões, organização que atende milhares de famílias em favelas de todo o Brasil, por meio de educação, cultura, qualificação profissional e geração de renda; Gisele Bündchen e o Fundo Luz Alliance da BrazilFoundation; e o Embaixador Thomas A. Shannon Jr., ex Subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, a terceira posição mais alta do Departamento de Estado nos EUA.

O programa do jantar informa sobre Zélia Amador de Deus “Dra. Zélia Amador é um dos nomes mais importantes na luta antirracista e pelos direitos da população negra. Artista, militante do Movimento Negro e professora emérita da Universidade Federal do Pará (UFPA), atualmente é Professora do Instituto de Ciências da Arte e assessora de Diversidade e Inclusão da UFPA.

Cofundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará e do Grupo de Estudos Afro-Amazônico; foi vice-reitora da UFPA; a professora Zélia Amador de Deus preside a Associação Brasileira de Pesquisadores Negras e Negros; é Membro do Coletivo de Intelectuais Negras e Negros. Ela é graduada em Letras pela UFPA, Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais e Doutora em Ciências Sociais pela UFPA”.

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