Youtuber gravou vídeo em avião da Voepass antes de acidente: 'Nunca caiu'
Ele publicou um vídeo em seu canal em 28 de julho falando sobre a segurança das aeronaves ATR-72, da Voepass
O youtuber Lucas Estevam publicou um vídeo em seu canal no dia 28 de julho em que ele aparece falando sobre a segurança das aeronaves ATR-72, da Voepass. O conteúdo foi compartilhado 12 dias antes da queda de um desses aviões em Vinhedo, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira (9).
O título original do vídeo dizia: "O perigo de voar no ATR 72 da Voepass - antiga Passaredo - é seguro ou perigoso?". Depois do acidente, Estevam alterou o texto.
Em um momento do vídeo, ele brinca com uma comissária sobre uma possível queda da aeronave. "Você acha que é tranquilo voar nesse avião?", questiona o youtuber, ao que a funcionária confirma a segurança. "Ouvi dizer que nunca caiu nenhum. Graças a Deus. Não vai ser esse então, gente", diz o produtor de conteúdo.
O vídeo já conta com mais de 405 mil visualizações. Após a repercussão, Estevam rebateu publicações que associam o vídeo publicado por ele a uma suposta previsão. "O avião que caiu é, sim, um avião seguro. A gente não sabe se foi um erro mecânico, um erro humano", disse.
Caixas-pretas encontradas: não houve aviso de emergência
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que não houve alerta de emergência por parte da tripulação do avião que caiu em Vinhedo (SP). O órgão disse ainda que as caixas-pretas já foram encontradas.
O chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, declarou que as informações iniciais não apontam contato dos pilotos com a torre. Imagens do acidente mostram a aeronave perdendo altitude até o impacto com o solo.
Os investigadores acrescentaram que a aeronave estava em condições de operar. Também foi revelado que a tripulação estava com o treinamento em dia e apta para o trabalho.
De acordo com o Cenipa, as caixas-pretas foram encontradas. O Cenipa tem condições de extrair os dados das caixa-pretas. Caso o nível de estrago seja muito avançado, o centro pode pedir ajuda a parceiros internacionais para recuperá-los.
Voepass não descarta sensibilidade ao gelo
A companhia aérea Voepass não descartou a sensibilidade ao gelo como hipótese de causa do acidente, mas garantiu que o sistema de degelo funcionava normalmente.
Declaração foi feita por Marcel Moura, diretor de Operações da companhia, durante coletiva de imprensa.
"O ATR tem algumas características de voo. Ela [a aeronave] tem um pouco maior a sensibilidade de gelo. Ela não é descartada, assim como também nenhuma hipótese é descartada neste momento. O avião é sensível a gelo. É um ponto de partida, mas ainda é muito precoce para dizer em relação ao evento."
A companhia confirmou que a aeronave estava com situação regular e passou por manutenção de rotina na noite anterior, em sua base, em Ribeirão Preto (SP).
O local onde houve a queda do avião tinha um alerta para "formação severa de gelo". Um possível acúmulo de camadas de gelo sobre as asas pode mudar a curvatura delas. Assim, há perda de sustentação.
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