Você tem Parascavedecatriafobia? Descubra
Saiba mais sobre a fobia (ou aversão) que tem a ver com um número em particular
Você sabe o que é Parascavedecatriafobia? A palavra, extensa e de difícil pronúncia, denota, aparentemente, um palavrão. Mas, na verdade, trata-se da fobia da sexta-feira 13, dia carregado de crenças populares e negativas e que pode até ser evidenciado em Jason Voorhees, personagem fictício da série de filmes slasher “Sexta-Feira 13”. Para deixar a data mais carregada para os mais supersticiosos, caiu em agosto, o tal mês de desgosto, do segundo ano de pandemia de covid-19. Uma combinação pouco auspiciosa.
No imaginário popular, as crenças da sexta-feira 13, muitas vezes, vêm da infância, passando de geração à geração. A estudante Débora Nepomuceno, de 17 anos, conta que desde criança ouve histórias e cresças sobre esse dia. “Desde a infância escuto a minha avó falar de coisas que, se observamos nesse dia, é um sinal de azar. Então, até hoje, por exemplo, eu acredito que se uma sandália estiver virada, temos que colocá-la na posição correta, do contrário a mãe morre. Também acredito em mais quatro sinais de azar na sexta-feira, que são passar por baixo de escada, ver um gato preto, encontrar um espelho quebrado e observar os ponteiros do relógio nos mesmos números”, enumera a estudante.
O antropólogo João Simões, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), afirmou — em uma entrevista já publicada em O Liberal — que uma das possíveis origens históricas para o medo da sexta-feira 13 começou no século XIV. A ordem dos cavaleiros Templários (que eram vinculados à igreja Católica e lutaram nas Cruzadas) foi considerada ilegal pelo papa Clemente V e pelo rei da França, Filipe IV, pois os rituais de iniciação levantaram desconfiança. Uma ordem foi enviada aos soldados do reino e, no dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, os Templários foram declarados hereges, perseguidos, presos, torturados e muitos deles foram mortos na fogueira. Por isso seria um dia de azar, já que mesmo os cavaleiros religiosos foram extintos.
Gerações depois e a data ganhou mais "maldade" quando foi atrelada aos filmes da série "Sexta-feira 13", da década de 1980. Para os mais supersticiosos, foi o bastante para crer ainda mais que o "mal" e a morte rondavam a data. Outras características da data, como não cruzar o caminho com um gato preto ou não passar debaixo de escadas, não têm uma origem mais sólida.
Simões destaca que é uma condição humana viver no mistério, do mistério e para o mistério. Tanto que se cria teorias do nascimento do Universo. "Nós somos seres simbólicos e damos significado ao mundo. Partimos, sempre, de crenças, além de conhecimentos comprovados, para desenvolver nossa capacidade de sobrevivência e adaptação ao resto da natureza. As crenças populares estruturam o imaginário coletivo e social”, observou.
O medo do número 13 acaba sendo uma doença, conhecida como triscaidecafobia. O medo específico da sexta-feira 13 é chamado de parascavedecatriafobia. Fobia não é medo exatamente, mas, sim, aversão. Porém, os nomes das fobias podem até assustar mesmo
O termo vem da junção das palavras gregas “paraskevi” (“sexta-feira”), “dekastreis” (“treze”) e “phobia” (“medo”). A palavra é considerada uma variação do termo “triskadekafobia” ou “fobia do número 13”. Portanto, se você morre de medo de sexta-feira 13, saiba que essa fobia tem nome, mesmo que complicado.
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