Vigilância em Saúde da Sesma investiga as causas do surto de febre tifoide no Jurunas, em Belém
Em 2024, e até agora, foram registrados 16 casos confirmados da doença; os outros bairros com registro de febre tifoide foram Pedreira, Marambaia, Fátima, Canudos e Barreiro
Em 2024, até este mês de outubro, foram registrados 16 casos confirmados de febre tifoide em Belém. Os registros foram, pela ordem, no Jurunas (10 casos), Pedreira (2), Marambaia (1), Fátima (1), Canudos (1) e Barreiro (1). As informações são da Secretaria Municipal de Saúde. A Vigilância em Saúde da Sesma informou que está investigando as causas do aumento do número de casos, principalmente no bairro do Jurunas, onde são registrados vários casos dentro de uma área delimitada com provável relação, o que pode indicar um surto.
Em 2023, foram confirmados 4 casos - 1 no bairro da Pedreira e 3 de localização ignorada. Em 2022, 5 casos: 1 no Barreiro, 1 no Paracuri (Distrito de Icoaraci) e 3 de localização ignorada. Para evitar a doença, as orientações da Sesma são: consumo de água tratada, higienização dos alimentos e limpeza corporal, principalmente das mãos.
A Sesma também orienta que, ao identificar os sintomas da febre tifoide - febre persistente, que pode ou não ser acompanhada de dor de cabeça, mal-estar, dor abdominal, falta de apetite, prisão de ventre ou diarreia, tosse seca -, as pessoas devem procurar a unidade de saúde mais próxima, onde os profissionais estão preparados para averiguar outros possíveis sintomas e encaminhar para exames e tratamento adequado.
Em entrevista à Redação Integrada de O Liberal, na manhã desta sexta-feira (25), o diretor do Departamento de Ações em Saúde da Sesma, Vitor Nina, comentou sobre os dez casos de febre tifoide registrados no bairro dos Jurunas. Ao perguntado se as pessoas são da mesma família ou se são vizinhos, ele respondeu o seguinte: “Eles têm conexão entre si. Não necessariamente da mesma família. Alguns são familiares, outros são parentes, cônjuge, pessoas do entorno. É uma conexão com o domicílio e com essa vila em específico com os Jurunas”, disse.
Ele afirmou que outros possíveis casos estão sendo investigados. “Além dos Jurunas, existe um rumor de bairros no entorno, e sobremaneira foi identificada também alguma conexão com a Marambaia. Existem casos conectos, assim como esse dos Jurunas, também com relação familiar, domiciliar, porque esta é uma doença caracterizada pela transmissão pessoa a pessoa”, contou.
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Vitor Nina disse que a febre tifoide é caracterizada por más práticas de higiene e de saneamento - higiene alimentar, limpeza dos alimentos, o cuidado com a água, com a fervura da água, a lavagem das mãos, como também fontes de contaminação na própria água. “Então, o que a gente observa é que existe, na verdade, uma qualidade de notificação melhor que provavelmente faz com que a gente identifique esse aumento de casos que a gente chama de surto”, afirmou.
Ainda segundo ele, a doença não apresenta grandes riscos para a vida quando se pensa individualmente. “Mas, quando a gente observa que a população está apresentando uma quantidade diferente e expressiva de casos, é necessário o alerta. Por que? É necessário o alerta para os profissionais de saúde ficarem mais atentos, caso recebam pacientes com febre, diarreia, já tendo em mente que existe um aumento de casos da febre tifoide, e existe uma necessidade de retomar medidas que são muito básicas. Mas, às vezes, o básico é o mais importante de ser lembrado. A população precisa ser lembrada da importância da lavagem das mãos, da lavagem dos alimentos, da fervura das águas, das medidas de higiene literalmente mais básicas, porque são elas que realmente previnem surtos como esse”, reforçou.
É importante, portanto, intensificar as medidas de higiene. "Em geral, em torno de 10 dias a duas semanas a pessoa já está em plena recuperação. É um tratamento realizado com base de antibióticos que são disponíveis na rede SUS. São antibióticos simples e bem conhecidos. Então é bem tranquila a recuperação. A maior parte das vezes pode tratar em casa", explicou.
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