Surto de febre tifoide em Belém: o que é, sintomas, transmissão e diagnóstico
Doença que teve novos surtos registrados está ligada a condições precárias de saneamento básico e higiene
A febre tifoide, doença que havia sido controlada em várias regiões, voltou a preocupar autoridades de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) emitiu um alerta sobre um surto de febre tifoide no bairro do Jurunas, com 10 dos 15 casos confirmados concentrados nessa região da capital.
No que se refere aos dados epidemiológicos, conforme o Sinan, no ano de 2023 foram confirmados 26 casos de febre tifoide no Brasil, sendo sete no estado do Pará e dois no município de Belém, conforme detalha a nota de alerta da Sesma. Por isso, é importante saber o que é, quais os sintomas, como é o diagnóstico e como tratar a doença.
O que é febre tifoide?
A febre tifoide é uma doença bacteriana aguda causada pela Salmonella enterica sorotipo Typhi. Ela está diretamente ligada a condições precárias de saneamento básico e higiene, sendo transmitida principalmente pela ingestão de água e alimentos contaminados por fezes ou urina de pessoas infectadas.
😷 A doença é considerada de notificação compulsória imediata, ou seja, todos os casos suspeitos devem ser reportados rapidamente às autoridades de saúde para evitar surtos maiores.
Sintomas da febre tifoide
Os sintomas da febre tifoide podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças gastrointestinais e respiratórias, e se agravam ao longo de uma semana. Entre os principais sinais estão:
- Febre alta de início súbito
- Fadiga extrema
- Perda de apetite
- Dor de cabeça intensa
- Dor abdominal
- Diarreia ou constipação
- Calafrios e tosse seca
⚠️ Nos casos mais graves e não tratados, a febre tifoide pode causar complicações sérias, como perfuração intestinal, hemorragia, colecistite (inflamação da vesícula biliar) e até choque séptico.
Transmissão e fatores de risco
A transmissão da febre tifoide ocorre por meio do consumo de alimentos ou água contaminados com a bactéria. Devido à sua forma de contágio, a doença está fortemente associada a locais com condições sanitárias inadequadas.
Em áreas onde o saneamento básico pode ser deficiente, o risco de contaminação aumenta, tornando essencial a adoção de algumas medidas de higiene, como lavar as mãos e garantir o tratamento adequado da água.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da febre tifoide é realizado por médicos através da análise clínica dos sintomas e da história de vida do paciente, como hábitos de higiene e viagens recentes. Exames complementares, como de sangue, fezes e urina, são solicitados para confirmar a presença da bactéria Salmonella Typhi.
🌡️ Caso a doença seja confirmada, o tratamento é feito com o uso de antibióticos prescritos por um médico, além de repouso e aumento da ingestão de líquidos. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são cruciais para evitar complicações mais graves.
Alerta da Sesma
A Sesma alertou sobre um evento de "surto de febre tifoide no bairro do Jurunas", em Belém. A informação consta em nota informativa assinada com a data de 22 de outubro de 2024, onde há a solicitação para que o serviço de saúde seja intensificado com medidas de prevenção contra a doença.
"Reitera-se que os pacientes estão sendo atendidos e medicados, assim como a Vigilância Sanitária Municipal está alerta e realizando ações de prevenção, principalmente junto à população do bairro do Jurunas", disse um comunicado da Sesma ao O Liberal.
"Em 2024, a situação epidemiológica do município de Belém em relação à febre tifoide já é uma preocupação, uma vez que, até a 38ª semana epidemiológica, foram confirmados 15 casos novos, conforme apresentado no gráfico 1. O bairro do Jurunas apresenta um total de 10 casos configurando-se como um alerta para a vigilância uma vez que a doença pode se disseminar para outros bairros, e por conta disso o serviço de saúde precisa estar preparado, bem como intensificar medidas de prevenção contra a doença.", diz um trecho da nota.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web em OLiberal.com)
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