Velhos problemas de saneamento básico permanecem em tempos de pandemia em Belém

Moradores temem que situações sejam ainda mais proteladas

Cleide Magalhães
fonte

Mesmo antes dos tempos da pandemia do novo coronavírus, a covid-19, moradores de diversos bairros de Belém já reclamavam da falta de saneamento básico, envolvendo esgoto e água, onde vivem e a difícil e quase impossível forma de lidar com isso no cotidiano. Agora, reclamam que, se o atendimento presencial já não surtia resultado, com os serviços online ficou pior ainda, pois a solução para os problemas continuam sem providências eficazes.

No bairro do Parque Verde o incômodo dos moradores é com uma fossa estourada, que jorra água fétida pelas ruas, há mais de mês. Na Cabanagem tem uma caixa de esgoto entupida e a água de fezes transborda para cima da rua, há cinco meses. Na Marambaia moradores reclamam da falta de água durante o dia, há três meses.

Moradores da  rua das Andorinhas, em frente à Coca-Cola, no Parque Verde, denunciam que um conjunto vizinho, na mesma rua, está com a fossa estourada e tem jorrado água fétida pelas ruas vizinhas, e que os órgãos competentes, como Secretaria de Saneamento de Belém (Sesan) e Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa),  foram acionados, mas não resolvem nada.

"A rua está empestada de odor desagradável e de fezes. O pessoal da feira, que fica lá abaixo, sofre muito, porque, há mais de mês, a água vai pra lá. As pessoas pisam, cheiram, podem ter mais contato com essa água e isso agravar mais. A gente já reclamou, mas ninguém resolve", reclama a moradora Sandra Moraes.

Na Cabanagem, exatamente na passagem Santa Maria, entre Silva Lobato e 7 de Julho, os moradores sofrem de outro problema, há pelo menos cinco meses. Mais esta vez, pedindo serviços da Cosanpa, mas o atendimento não foi solucionado e, em tempos da covid-19, está ignorado.

"​Na passagem tem uma caixa de esgoto e entupiu, e água de fezes transborda para cima da rua.  A água escorre pela valeta, que o pessoal cavou, mas afeta todo mundo", afirma Édson Carlos Modesto, 54 anos, aposentado como comerciário, que mora há mais 20 anos no lugar.

Ainda segundo Modesto, a Cosanpa esteve no local uma vez, mas não voltou mais para fazer o serviço. "Pararam de fazer e ficou pior. Agora, com atendimento online, é pior. Quando chove a descarga da casa não desce a água, transborda, fica maior sujeira dentro do banheiro. Isso acontece com todos os moradores".

Também na Marambaia problemas velhos, que existiam antes da covid-19, permanecem. O idoso Carlos Ribeiro, 87, e a esposa, de 64 anos, estão em casa sem regularidade de água, há três meses. Agora,  eles têm receio maior, agravado por tempos de coronavírus, de que a situação não seja resolvida.

"Desde janeiro deste ano, a água continua do mesmo jeito, a Cosanpa não resolveu e a conta chega todo mês. A água vem somente das 24h até 6h. E só chega na torneira da pia do banheiro e da cozinha. Aí depois vai embora. Nunca mais tomamos banho no chuveiro. Temos que encher todas as vasilhas para usar água ao longo do dia. Nem dormimos mais direito. Tive até que providenciar uma torneira bem baixinha pra ver se a água vem, mas nada...", conta o idoso, que anda doente e precisa se submeter à cirurgia.

Ainda segundo Carlos Ribeiro, o problema ocorre em todas as casas da vila Alda, não somente na dele. E infere qual pode ser o empecilho. "Acredito que o problema é num 'T', que existem na vila bem esquina com a rua Nova. Para mim, ele está obstruído e o serviço da Cosanpa precisa ser feito lá, já que na rua Nova há água normal, só não há na vila Alda. Já sugeriu a desobstrução do 'T' para equipe da Cosanpa, mas a Companhia nada resolve. Só que a conta de água não para de chegar. Se deixar de pagar, é pior ainda", reclama o morador da vila Alda. 

Notas

Em nota, a Sesan disse que "problemas com fossa, seja estourada ou com vazamento de esgoto sanitário, não é de responsabilidade da Secretaria. 

Em nota, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informa que, por conta da pandemia de Covid-19, o trabalho "foi reforçado para garantir a continuidade do abastecimento de água e os cortes por inadimplência estão suspensos, por determinação do Governo do Estado".

Em relação à denúncia do morador da vila Alda, no bairro da Marambaia, a Cosanpa esclarece que, no último dia 6 de abril, uma equipe foi ao local e reformou o ramal de entrada da residência, que estava entupido. Uma nova equipe irá o local verificar a situação. 

Quanto ao bairro da Cabanagem, a empresa diz que não consta no sistema nenhum pedido relacionado ao número de matrícula informado. "O responsável pelo imóvel registra débitos há 10 anos junto à Companhia e o fornecimento de água continua ligado. No local, não há rede de esgoto da Cosanpa. O sistema do bairro está em funcionamento e uma equipe irá ao local verificar a denúncia de falta de água", afirma a Cosanpa. 

No bairro Andorinhas, no Parque Verde, a rede, no endereço informado, segundo a Cosanpa, "é de responsabilidade da Prefeitura de Belém". Disse ainda que "uma equipe da Cosanpa foi ao local, constatou que a rede de drenagem da prefeitura está obstruída e encaminhou a situação à Secretaria de Saneamento de Belém".

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM