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Calor e o desmatamento podem explicar maior presença de abelhas na Grande Belém

Pesquisador da UFPA destaca que esse fenômeno tem ocorrido em Belém e em demais cidades do país 

Bruna Lima
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O aparecimento de abelhas em pontos de Belém e Ananindeua vem sendo preocupação para algumas famílias, uma vez que algumas pessoas foram picadas e tiveram reações. A reportagem conversou com o professor Felipe Andrés Leon Contrera, da Universidade Federal do Pará (Ufpa), que diz que o clima quente está propiciando as colônias de abelhas em áreas urbanas.

De acordo com o professor, o aumento de incidentes com abelhas se deve ao clima quente, pois as colônias de abelhas acabam se dividindo e procurando novos lugares para formarem seus ninhos. "O desmatamento acaba fazendo com que as abelhas percam seu habitat, com isso, elas acabam migrando para as cidades e locais onde possam formar seus ninhos e isso tem propiciado o aumento", pontua o pesquisador, qua acrescenta ainda que essa ocorrência não é apenas em Belém, mas sim em vários cantos do país.

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A estudante de Educação Física, Ster Rodrigues Nascimento , 26, é moradora do bairro de Águas Brancas, em Ananindeua, e disse que no último mês o seu marido e o cunhado foram picados por abelhas. Ela disse que no residencial onde mora, tem uma colmeia e que percebe que ela aumentou consideravelmente e que a cada dia que passa o número de abelhas aumenta na área.

"Quando chega o início da noite temos que fechar todas as janelas, pois elas invadem o apartamento", disse a jovem. Há um mês o marido de Ster foi picado e há uma semana foi o cunhado, ela disse que os dois tiveram reação de inchaço e falta de ar, mas após o medicamento melhoraram.

"O caso do meu cunhado foi mais complicado, pois ele precisou ir ao hospital. O meu marido com o antialérgico que tinha em casa ele ficou bem", disse Ster.

Em caso de ferrão de abelha, o pesquisador instrui que a pessoa deve manter a calma, retirar o ferrão, procurar atendimento médico e se afastar do ninho. Outra dica do professor é que ninguém tente retirar o ninho por conta própria. A polícia ambiental ou o Corpo de Bombeiros devem ser comunicados. "As abelhas têm comportamento defensivo, elas atacam quando se sentem ameaçadas" , acrescenta o professor.

Pessoas que são alérgicas devem procurar um profissional especializado na área da alergia

A médica Valéria Lima Ferreira, que atua que é especialista em Alergia e Imunologia na saúde da criança e do adulto, explica que as picadas de abelhas podem gerar reações que variam de intensidade leve a grave. " É de responsabilidade dos profissionais de saúde avaliar e fazer a classificação do risco. Dessa forma, a melhor orientação para a população em geral é procurar atendimento em unidade de urgência e emergência 24 horas para que seja feita avaliação pela equipe de saúde", pontua a profissional de saúde.

Ela acrescenta também que pessoas que são alérgicas devem procurar um profissional especializado na área da alergia para ter um plano de ação em casos de picada de abelha. Devem conter orientações para o uso de adrenalina e orientações para atendimento em urgência e emergência.

"Ainda existe um tratamento chamado imunoterapia de aplicação subcutânea para himenópteros (nesse caso abelha) que tem o objetivo de modificar a resposta do sistema imunológico e reduzir a ocorrência de anafilaxia nos pacientes alérgicos", acrescenta a médica.

As abelhas pertencem ao grupo dos himenópteros, assim como vespas e formigas. A picada pode gerar reações alérgicas locais ou reações alérgicas sistêmicas (como a anafilaxia).

As abelhas picam quando sentem ameaça, é uma forma de defesa. No aparelho inoculador (ferrão) contém veneno.

No caso em que houver poucas picadas o mais provável é que ocorra uma reação inflamatória local. Quanto mais picadas houver maior a probabilidade de reação sistêmica.

A reação imediata na pele ocorre com dor intensa, inchaço e vermelhidão no local da picada.

Esses sintomas são leves e desaparecem em poucas horas. Para os indivíduos alérgicos, apenas uma picada pode desencadear uma reação alérgica grave (potencialmente fatal) se não tratada rapidamente.

Reação grave pode incluir urticária generalizada (que são lesões avermelhadas pelo corpo que coçam e pode ser acompanhada de inchaço), dificuldade para respirar (edema de glote), queda de pressão, perda da consciência e choque anafilático.

Outro caso

Uma mulher de 62 anos foi hospitalizada depois de um ataque de abelhas, na tarde desta segunda-feira (15), no bairro de Nazaré, em Belém. A vítima foi atacada dentro de uma casa na qual prestava serviço.

Um enxame de abelhas causou transtornos para famílias que moram na Travessa Castelo, esquina com a rua Paulo Cícero, no bairro do Guamá, em Belém. O enxame estava localizado ao lado de várias casas, gerando preocupação entre os moradores.

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