Varíola dos Macacos: SBI quer vacina para grupos de risco; Brasil tem 11 dos 46 óbitos no mundo
Pessoas com HIV e com baixa imunidade são os que mais preocupam médicos.
O Brasil registra 11 óbitos provocados pela doença Monkeypox, popularmente chamada de Varíola dos Macacos, o que correponde a cerca de um terço dos 46 casos registrados no mundo. Diante desse fato e como prevenção a novos casos da enfermidade, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou, nesta segunda-feira (7), nota recomendando que o Ministério da Saúde adquira doses da vacina e que essas vacinas sejam usadas prioritariamente em prol dos pacientes HIV positivo, principalmente aqueles que têm uma imunidade baixa. Esses pacientes são os que mais sofrem com a Monkeypox. A entidade também requer medicações contra a enfermidade.
Essa informação foi repassada pelo presidente da SBI, Alberto Chebabo, nesta segunda-feira (7). Chebabo participará do 57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop), a ser realizado no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, de 13 a 16 deste mês de novembro. "Em relação ao cidadão comum, a recomendação é reduzir o número de parceiros, a gente sabe que a principal forma de transmissão é através da relação sexual, principalmente aqueles que têm relação sexual com múltiplos parceiros, pelo risco maior de aquisição durante essas atividades. Então, há uma recomendação de se reduzir, neste momento, o número de parceiros para se tentar diminuir a transmissão do vírus", destaca o médico.
Por ser uma doença nova, poucas pessoas conhecem as manifestações clínicas da Monkeypox, e, como frisa Alberto Chebabo, a maior preocupação são as pessoas com imunossupressão, que têm um sistema imunológico afetado ou por medicação ou por doenças. Essas pessoas podem registrar manifestações graves da doença, levando, inclusive, ao risco de óbito. "A preocupação é como controlar uma doença nova que a gente não tem, aqui, no Brasil, nem vacina nem medicação disponível para tratamento, principalmente para esses pacientes mais complicados, imunossuprimidos, principalmente pacientes que vivem com HIV e não estejam em tratamento adequado", ressalta.
Estabilidade
Alberto Chebabo destaca que já houve um número grande de casos da doença quando se manifestou no Brasil há alguns meses. "Mas, agora há não só no Brasil como no mundo todo uma estabilização no número de casos; houve até uma pequena queda, mas a doença se mantém acontecendo", salienta. As manifestações se dão em homens jovens e homens que fazem sexo com homens. Trata-se de uma epidemia no mundo, com o Brasil sendo o segundo país com maior número de casos, perdendo apenas para os EUA. A doença vai continuar acontecendo, sendo transmitida em menor grau.
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