Vacina contra dengue custa mais de R$ 500 em clínicas particulares de Belém

Cada dose custa mais de R$ 500; esquema vacinal é composto por duas doses

Dilson Pimentel
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A vacina contra a dengue não está disponível na rede pública de Belém, mas está sendo comercializada em clínicas particulares da capital. O valor de cada dose (são duas no total, aplicadas em um intervalo de três meses) custa mais de R$ 500. Na tarde desta segunda-feira (5), a redação integrada de O Liberal entrou em contato com três clínicas particulares de Belém. Duas informaram que a procura pela imunização é grande.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que, no ano de 2022, foram registrados 4.620 casos e, em 2023, 4.485 casos de dengue no Pará. Já a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou, no dia 1º deste mês, que foram confirmados 34 casos de dengue em Belém em janeiro de 2024. No mesmo período do ano passado, houve a confirmação de quatro casos somente. Em todo o ano passado foram registrados 412 casos de dengue, e em 2022, foram confirmados 245 casos na capital paraense. A Sesma afirma que não há registros de mortes por dengue em Belém nos anos de 2022, 2023 e primeiro mês de 2024.

O Pará ficou fora da lista dos 521 municípios de 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal, que foram selecionados pelo Ministério as Daúde para iniciar a vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) a partir deste mês de fevereiro. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença.

Nesta segunda-feira (5), a Agência Brasil afirmou ainda que o Ministério da Saúde definirá esta semana o calendário de vacinação contra a dengue, segundo informou a ministra Nísia Trindade, em visita ao Rio de Janeiro. O governo já havia divulgado que a imunização, inicialmente de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, começa neste mês nos municípios selecionados.

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Nas clínicas, vacina está disponível para o público de 4 a 60 anos

Nas clínicas de vacinação particulares de Belém a informação é que a vacinação está disponível para o público de 4 a 60 anos. A funcionária de uma dessas clínicas, localizada no Umarizal, informou que cada dose custa R$ 550. Para pagamento no cartão de crédito o parcelamento é em até 3 x sem juros. Se fechar as duas doses o parcelamento sobe para 4 vezes. Nessa clínica a funcionária disse que a procura pela vacina está grande.

Em outra clínica, no Reduto, a demanda também está alta. O valor de uma dose, à vista, sai por R$ 520. No crédito, R$ 545, parcelando em até seis vezes. Para tomar a vacina, a pessoa não pode, por exemplo, estar com febre ou fazendo algum tratamento de quimioterapia. Mulheres grávidas ou amamentando também não podem receber o imunizante.

Em uma terceira clínica, em Nazaré, a procura estava tranquila.Uma dose custa R$ 560, mas esse valor também pode ser parcelado. Se a pessoa “fechar o pacote”, o valor à vista sai por R$ 1.008. No crédito, R$ 1.064. Nessa clínica o fluxo está tranquilo, apurou, ainda, a reportagem.

Saiba mais sobre a dengue

A médica Consuelo Oliveira, pesquisadora em Saúde Pública do Instituto Evandro Chagas (IEC), explica que a dengue é uma doença infecciosa febril, causada por um vírus transmitido pela picada de um mosquito, de um gênero chamado Aedes, e que, no Brasil e nas Américas, o mosquito de maior potencial de transmissão é o Aedes aegypti.

É uma doença que se manifesta com febre alta, início súbito, dores musculares, dores nas articulações, dor de cabeça, manchas na pele, tipo um quadro alérgico, e alguns dias depois se torna manchas que coçam muito, que tem bastante prurido.

“O importante é observar que, neste momento, o nosso país apresenta um cenário de epidemia, particularmente nos estados do sul e sudeste, e que nos pedem bastante cautela e observação de casos suspeitos”, afirmou a médica.

“Então, frente ao início súbito de febre alta, chegando a 39, dores no corpo e manchas na pele, deverá ser encaminhado a uma avaliação médica, evitando principalmente a automedicação”, explicou. Trata-se de uma doença potencialmente hemorrágica. “Precisamos ser muito precoces no diagnóstico para poder evitar complicações. Importante também ressaltar que pode ter casos leves e casos que podem evoluir até para o óbito. Daí a importância da avaliação médica e de evitar a automedicação”, diz a Dra. Consuelo Oliveira. A transmissão pode ser evitada pela prevenção da picada, particularmente no controle dos focos dos criadores de mosquito.

O que chama muita atenção nos dias atuais, afirmou, é que o principal foco está dentro das casas. “Pneus, vasos, pequenos recipientes que possam acumular água. E, nesse período chuvoso, é muito comum termos recipientes nos nossos lares que podem acumular água, nos jardins, na sacada, o próprio vaso das plantas podem favorecer o acúmulo da água e, com isso, ter o mosquito dentro de casa”, disse.

Ela afirmou que a “boa notícia” é que tem agora uma vacina liberada pelo Ministério da Saúde. “É uma vacina segura, é uma vacina que contempla os quatro tipos de vírus, 1, 2, 3 e 4, e que se mostrou nos estudos realizados em todo o mundo e no Brasil uma eficácia de mais de 80% frente aos casos graves e que evitem a hospitalização”, disse. O grupo a ser vacinado é de 10 a 14 anos. “Esse critério foi exaustivamente estudado por valorizar o grupo que, depois dos idosos, é o que tem mais tido complicações e internações hospitalares”, explicou.

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