UPAs de Belém registram movimentação intensa para casos suspeitos de covid-19
Na Sacramenta e na Terra Firme, era grande o número de pessoas em busca de atendimento
Pelo menos duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belém apresentavam movimentação intensa, na manhã desta quarta-feira (3), de pessoas em busca de atendimento para casos suspeitos de covid-19, um dia após o anúncio de bandeiramento vermelho e novas medidas restritivas para os próximos sete dias no estado.
As UPAs são espaços de saúde em que ocorrem atendimentos de pessoas com sintomas graves para a doença, como a falta de ar. De lá, eles podem ser encaminhados para um hospital de referência, quando houver necessidade de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Do lado de fora da UPA da Sacramenta, na avenida Doutor Freitas, uma operadora de caixa, 41 anos, que preferiu não ter o nome revelado na reportagem, aguardava por um colega de trabalho, que deu entrada na UPA com sintomas suspeitos para a covid-19.
“Estamos aqui há uns 30 minutos e viemos porque ele está com mal-estar, fraco, muitas dores na cabeça e febre, desde sábado (27). Ele estava de atestado, hoje voltou, mas se sentiu mal. Ele está na triagem ainda, mas tem muita gente para atendimento. Vou ficar aqui aguardando até quando ele for liberado. Tomara que não seja coronavírus.”
A autônoma Jéssica Santos, 32 anos, também esperava lá fora, já que não podia entrar acompanhante na UPA da Sacramenta. Ela aguardava pelo esposo, Ademir Tavares, 60 anos, que, segundo ela, estava com caso de covid-19 confirmado por meio de exame feito no Hangar, onde funciona a Policlínica Itinerante. Porém, mesmo infectado, teve que ir para a UPA para conseguir atendimento para o controle da hipertensão e, a partir daí, retornar ao Hangar para seguir no tratamento da covid-19.
O movimento também era grande na parte interna da UPA da Terra Firme, na avenida Perimetral, próximo à Universidade Federal do Pará. “Vim trazer minha prima que está com febre desde esta terça (2). Não faz muito tempo que chegamos. Ela entrou e eu não pude acompanhar. Sei que ela ainda está na triagem e que tem muita gente lá dentro. A gente fica muito preocupada com tantos casos nessa pandemia. Vou aguardar aqui fora o tempo que for necessário”, disse uma mulher, que tem 24 anos, e não quis se identificar.
Já fazia três horas que um batedor de açaí, 32 anos, aguardava a esposa, 46 anos, que é doméstica e estava dentro da UPA da Terra Firme para receber atendimento médico. “Cheguei aqui 8h com minha esposa, que está com dor na cabeça e febre desde cedo. Ficamos com medo e preocupados. Ainda bem que ninguém em casa está com sintomas. O atendimento está demorado, ela já falou com o médico, já foi medicada, não sei se ela conseguiu fazer o teste para a covid-19. É ruim ficar aqui de fora sem saber direito o que acontece lá dentro”, conta o vendedor artesanal de açaí.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) foi procurada para explicar como andam as procuras e os atendimentos em termos de quantidade e qualidade em relação aos casos para a covid-19 nas Upas de Belém, mas ainda não se manifestou.
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