TCU determina que Prefeitura de Belém explique uso de recursos federais em licitação da coleta
Denúncia indica que haveria irregularidades no processo licitatório
Por determinação do ministro Walter Alencar Rodrigues, do Tribunal de Contas da União (TCU), a Prefeitura de Belém tem prazo de três dias, contados desde a quarta-feira (10), quando citada pelo Tribunal, para se manifestar sobre a previsão de uso futuro de recurso federal na licitação dos serviços ligados à gestão de resíduos sólidos da capital. Essa decisão foi tomada a partir de denúncia apresentada pelo advogado ambientalista Neomizio Lobo, inconformado com as irregularidades, segundo ele, que contaminaram todo o processo licitatório.
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Nesse processo licitatório, o consórcio vencedor receberá R$ 32 milhões ao mês por 30 anos de contrato, totalizando mais de R$ 11,5 bilhões em pagamentos, contra um investimento de R$ 700 milhões do consórcio. O uso de recurso federal é previsto no próprio edital por meio de convênio junto à União, o que por si só justifica a intervenção do TCU.
Nesse caso, a Prefeitura terá de responder ao questionamento do TCU se haverá ou não convênio com a União. Em caso afirmativo, o Tribunal deverá fazer uma auditoria na licitação, cujo edital, segundo a denúncia apresenta dez pontos com ilegalidades. Em caso de a Prefeitura negar o convênio, para evitar uma anulação do edital, haverá consequências impossibilitando a gestão municipal a firmar futuras parcerias com a União por meio de convênios e uso de recursos do Tesouro Nacional nas garantias, caso a Prefeitura não consiga pagar.
Prefeitura
Em Nota à Redação Integrada do Grupo Liberal, a PMB informa: "Em resposta à reiteração de denúncia formulada perante o Tribunal de Contas da União, a Prefeitura Municipal de Belém esclarece que não há a utilização de recurso federal como garantia contratual na concorrência pública nº. 02/2023/SESAN. Esta foi uma previsão do edital da licitação em decorrência da existência de um Programa Nacional do Governo Federal, operado pela Secretaria do Tesouro Nacional, direcionado a todos os municípios do País, e não especificamente a Belém. O Procurador do Município Evandro Costa esclarece que, do ponto de vista jurídico, a denúncia repete idênticos pontos que já foram utilizados pelo denunciante em processo judicial, reproduzindo argumentos já superados pela Justiça Estadual do Pará, pela Justiça Federal do Pará e pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará, além de que o Governo Federal já informou nos autos judiciais que não possui interesse na questão uma vez que o Município de Belém não aderiu ao referido programa".
"A Prefeitura informa que a licitação já foi concluída e seu resultado homologado, reiterando seu compromisso de regularizar a gestão dos resíduos sólidos da cidade, cujos serviços eram operados sem licitação por mais de uma década. O consórcio vencedor assumirá nos próximos dias os serviços de limpeza urbana, com coleta, varrição, implantação de ecopontos, recuperação do lixão do Aurá, a implantação de uma Estação de Transferência de Resíduos (“ETR”) e implantação de um novo Centro de Tratamento de Resíduos (“CTR”)", completa a Prefeitura de Belém.
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