Sesma e Arte Pela Vida realizam testagem de IST e hepatites virais; Pará registrou mais de 2.600 casos de HIV em 2021

'Preservativo é a forma mais eficaz de evitar a doença', diz coordenador da Sesma

Emanuele Corrêa / O Liberal
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Apesar da evolução dos medicamentos e tratamentos para HIV/AIDS e que seja possível viver com a infecção - quando se faz o tratamento correto -, ainda assim, os dados são alarmantes em relação aos óbitos. Belém é uma das cidades brasileiras que mais registra casos de mortes, em decorrência dos agravos do HIV, que é conhecido como a AIDS. Por isso, com o objetivo de ampliar as informações à população e levar o serviço de testagem ao público para além das unidades de saúdes, que a Secretaria municipal de Saúde (Sesma) e o Comitê Arte Pela Vida realizam até às 16h palestras e testagem de IST, AIDS e hepatites virais, no shopping da João Alfredo, no centro comercial de Belém.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informa que, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, 2.400 casos de HIV foram notificados no Pará em 2020, seguidos de outros 2.649 casos em 2021. Já sobre a Aids foram notificados 454 casos em 2020, seguidos de 595 casos em 2021.

De acordo com dados da Sesma, de 2019 a 2021 os casos em HIV/AIDS em adultos aumentou. Somente em 2021, 1.343 casos foram registrados. Por isso, o preservativo ainda é a forma mais eficaz de evitar as infecções sexualmente transmissíveis.

Edgar Barra, coordenador de IST/AIDS SESMA explica que esta iniciativa em parceria com a sociedade privada é importante para abranger um público que provavelmente não buscaria informações ou testagens. Destaca que a ação visa ampliar a testagem para que a população que trabalha no centro comercial possa saber a sua condição de saúde e se conscientizar sobre a importância do preservativo.

"A iniciativa privada às vezes é um parceiro que não conseguimos contar. Então, hoje, vir para este shopping é muito importante. A gente consegue fazer uma programação diferenciada, é um momento único que a gente consegue fazer a testagem. Chamamos este espaço de 'espaço não formal de saúde'. A pessoa está almoçando ou comprando e vem fazer o teste, recebe uma orientação", comentou.

"Estamos oferecendo o teste rápido de HIV, hepatites B e C e sífilis. Em 20 minutos tem o diagnóstico das 4 ISTs. No caso das hepatites e sífilis é preciso fazer um outro exame mais aprofundado para saber se essa infecção está ativa ou se é algo do passado. E se for uma infecção confirmada pelo HIV, a pessoa precisa começar o tratamento para seguir a vida normalmente. Além disso, todos os dias da semana, unidades de saúde, as pessoas tem acesso aos testes rápidos, preservativos e informações", concluiu.

Edgar destaca que em Belém os números são preocupantes, em relação a outras capitais brasileiras. E que Belém é a cidade com o maior número de casos de transmissão no parto. "Nós temos dados muito graves sobre IST, principalmente HIV. Somos uma das cidades brasileiras que mais acontece mortes pelo agravo do HIV, que é a fase AIDS. E nós somos a cidade que acontece mais casos de a mãe transmitir ao bebê, pela transmissão vertical. Para isso, precisamos fazer ações diferenciadas. Trazer a testagem para perto das pessoas. Por isso estamos neste espaço", reforçou.

Comitê Arte Pela Vida desenvolve há 25 anos um trabalho de atenção, orientação e suporte às pessoas que vivem com HIV/AIDS. Davidson Porteglio, coordenador do comitê orienta a população a buscar a testagem, para além das ações pontuais. Hoje as pessoas "vivem com HIV/AIDS", não significa morte, quando se descobre a infecção, diz. "Procurar os lugares de testagem, procurar os órgãos do governo. É importante não ter medo. O HIV é seu. Se der positivo, reagente, ele não é sinônimo de final de vida. Ele é sinônimo de se cuidar. A camisinha ainda é fundamental para qualquer IST, não somente o HIV. Além também, as mães, façam seu pré-natal, faça o teste, para evitar a transmissão vertical ao seu bebê", ressaltou.

Silmara Reis, 34 anos, trabalha há 7 meses como lojista fez o teste para as infecções e acredita que iniciativas como essas precisam ser ampliadas a outros espaços. "É muito importante saber como está a nossa saúde. É um teste que a gente precisa ir no posto de saúde e nem sempre a gente tem tempo de se deslocar. Então, uma ação como essa nos dá a possibilidade de fazer essa testagem. O HIV a gente não pega só no ato sexual, pega as vezes com alicate na manicure. Então, além da prevenção, fazer o teste é muito importante. Hoje todas essas doenças têm tratamento", disse.

Para quem deseja receber informações sobre educação em saúde sexual, realizar os testes para as infecções sexualmente transmissíveis e ter acesso aos preservativos que são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é só se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), Estratégias de Saúde da Família (ESF) ou Unidade Municipal de Saúde (UMS) mais próxima do bairro em que reside, das 8h às 17h.

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