Sepulturas violadas se multiplicam no cemitério Santa Izabel

Prefeitura é responsável por quase 130 mil jazigos, mas não possui levantamento de quantas estão abandonadas ou danificadas

Redação Integrada de O Liberal
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O cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá, tem cerca de 45 mil sepulturas. Não se sabe quantas estão violadas, mas são várias. Um dos últimos casos descobertos foi no jazigo da família de Maricely Bassalo, nesta semana. A tampa em mármore do jazigo foi destruída. Os pedaços formam deixados ao lado. Como isso ocorreu, também não se sabe.

Quando descobriu o que havia ocorrido, o sobrinho de Maricely tentou procurar a administração do cemitério. Não conseguiu resolver nada pelo horário de atendimento apenas pela manhã. Ficou a indignação da família e a sensação de impotência. Ficou a impressão de que a memória dos mortos não foi respeitada. Esse é um problema muito comum de se encontrar pelo Santa Izabel e em todas as outras necrópoles públicas.

Em 20 minutos pelo Santa Izabel, foi possível encontrar ao menos 20 sepulturas violadas, com tampas abertas, quebradas ou sem tampa. Não é possível saber quantas foram por ação do tempo ou por vandalismo. O fato é que a sepultura aberta não é só um desrespeito a quem lá está enterrado. Gera problemas de saúde pública. Um deles é o acúmulo de água parada, gerando criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, da Zika e da Chikungunya.

Além de tanques de água parada, as sepulturas violadas ou abertas se tornam depósitos de lixo. Também há ossadas expostas, restos da madeira dos caixões (alguns caixões simplesmente quebrados). Os sinais de abandono — que nem sempre são culpa da administração do cemitério, mas sim dos responsáveis pelo zelo com os jazigos — incluem esculturas quebradas, mato alto e mais lixo. Problemas que ocorrem, inclusive, nas "áreas nobres" do cemitério Santa Izabel.

Prefeitura administra quase 130 mil sepulturas, mas não tem levantamento de jazigos danificados

Em nota, a Prefeitura de Belém informa que, atualmente, "...o município possui dez cemitérios públicos, dos quais quatro são administrados pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb): Soledade (Batista Campos), Santa Izabel (Guamá), São José (Benguí) e São Jorge (Marambaia). Destes quatro, apenas dois estão ativos (Santa Izabel e São Jorge) e somam mais de 50 mil sepulcros". Esse número de jazigos informado das duas maiores necrópoles de Belém é conflitante com outros números já informados e publicados em outros momentos.

"Em relação aos cemitérios administrados pelos distritos, a Prefeitura informa que o cemitério São Jacinto, localizado na Ilha de Cotijuba, possui espaço para 2.500 sepulturas. Já os de Icoaraci (Tapanã e Santa Isabel), possuem juntos 53 mil túmulos. E em Mosqueiro, os três cemitérios somam 4 mil sepulcros. A prefeitura não possui levantamento atualizado de sepulturas violadas ou danificadas", diz a nota.

Em casos em que há violação da sepultura, explica a prefeitura, o usuário é orientado a ir à Seurb e registrar o fato. A ocorrência passará por análise do setor jurídico para que seja verificado a responsabilidade da prefeitura ou não. A Seurb está fica na avenida Governador José Malcher, 1622, com atendimento ao público das 8h às 13h.

"Vale ressaltar que, de acordo com o Código de Posturas do Município, são de responsabilidade do concessionário a limpeza e a conservação de sua sepultura. Também não existe taxa de manutenção de necrópoles, o que o usuário paga são taxas de serviço no ato da compra do jazigo ou quando precisa fazer alterações no documento original (transferência, retificação de nome ou averbação)", conclui a prefeitura.

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