Entenda por qual motivo pessoas gripadas não podem tomar vacina

O infectologista Alessandre Guimarães reforça que uma pessoa gripada não deve tomar vacina contra a Influenza nem contra a covid-19

Eduardo Rocha
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As altas temperaturas já são sentidas em todo o Pará, e, então, começam a surgir casos de gripe e outras síndromes gripais, razão pela qual os cidadãos devem atentar para a necessidade de atualização do esquema vacinal, inclusive, contra a covid-19. O alerta é do infectologista Alessandre Guimarães. Ele chama atenção para o fato de quem pode ou não pode se vacinar contra a Influenza e covid-19.

"Se o indivíduo estiver gripado, não é recomendado fazer vacina, nem de gripe, nem de covid-19", observa o médico. Como explica o infectologista, se a pessoa estiver expressamente “com gripe”, então, ela já está com a doença, para qual a vacina contra Influenza é destinada; logo, não há indicação de que essa vacina seja feita de forma imediata. 

"Ademais, tanto a vacina da covid-19 quanto a da Influenza são vacinas que exigem a necessidade de um sistema imunológico atuante, responsivo, para que o indivíduo tenha o melhor aproveitamento da vacina, ou seja, a pessoa seja vacinada e encontre o sistema imunológico “ávido” (normal) para que seja estimulada a produção máxima de anticorpos pela medula. Se a pessoa está “com gripe” ou qualquer outra enfermidade viral (como por exemplo, a própria dengue), que sabidamente comprometem, naquele instante, a capacidade de resposta imune, é contra-indicada a vacinação, naquele momento portanto, sendo necessário aguardar pelo menos 15 a 30 dias para que o indivíduo se recomponha imunologicamente", pontua. 

Outra situação, como ressalta Alessandre Guimarães, diz respeito ao melhor aproveitamento da vacina quanto à exposição da cepa circulante do vírus para qual o imunizante se propõe. Exemplo: a pessoa está acometida com covid-19, isso gera um alto grau de proteção de anticorpos naturalmente produzidos, neutralizantes, contra a doença, logo após o indivíduo evoluir para cura.

"Dificilmente essa mesma pessoa terá covid-19 novamente, em menos de seis meses, a não ser que o vírus mude (nova variante) de tal forma, que o sistema imune não reconheça mais aquela cepa, que é capaz de gerar “nova onda”. Após ter tido a doença, portanto, faz com que o indivíduo permaneça com elevada proteção, por pelo menos quatro a seis meses, contra a mesma doença. Então, é desnecessário realizar o esquema vacinal imediatamente, ou mesmo logo a seguir". 

A própria recomendação sugere pelo menos três meses após a última a experiência imunológica, que seja com vacina, quer seja com a própria doença, e já se fala em aguardar seis meses. Após esse período (três a seis meses), tais anticorpos (produzidos pela exposição prévia), começam a se “enfraquecer”, cair a circulação na corrente sanguínea, e, então, é necessário realizar um “buster” vacinal, a fim de manter o indivíduo protegido por máximo tempo, para tais doenças que não geram imunidade duradoura, como por exemplo a gripe, que é causada pelo vírus Influenza e a covid-19, que é causada pelo vírus sarscov2, como repassa o infectologista. 

Algumas vacinas oferecem para alguns indivíduos uma “reatogenicidade” maior ou menor. Isso significa que uma pessoa, principalmente crianças, podem ter um período de febre, adinamia, dor no corpo por até 48h após a aplicação do imunizante. Neste caso, se a criança estiver com gripe, por exemplo, fizer uma vacina que gere reatogenicidade, a criança pode fazer um “plus” de febre, e não vai ser possível saber se a febre é em decorrência da complicação da doença (gripe evoluindo para pneumonia, por exemplo), ou apenas reatogenicidade da vacina. Se o indivíduo não tiver doente, com sua saúde em momento normal, pode, inclusive, tomar as duas vacinas ao mesmo tempo.

Atualizar a vacinação

Alessandre Guimarães ressalta que as pessoas que apresentem catapora, acometidas de câncer, quem convive com o vírus HIV devem se vacinar contra as doenças. "Para essas pessoas que são chamadas de grupos prioritários (no caso de câncer e HIV) que a vacina contra essas duas doenças se destina, primeiramente. Se só tivessem 100 doses disponíveis, elas teriam que ser aplicadas apenas em indivíduos com essas condições clínicas, pois são os que atualmente, morrem por tais enfermidades", destaca.

O infectologista recomenda que "se faz mais de seis meses que a pessoa teve o último episódio de covid-19, deve imediatamente buscar a vacina bivalente, que protege contra a cepa original do sarscov2 e a variante mais atual, ômicron". 

"Atualmente, pode-se presumir que a humildade atingiu a “imunidade rebanho”, ou seja, o vírus está circulando (ainda, pois a pandemia não acabou, apenas a emergência global em saúde pública), apenas em indivíduos com “fraca” imunidade contra o vírus (com esquema vacinal incompleto ou há mais de seis meses do último episódio de Covid19). Ainda assim, as formas graves da doença, pode ocorrer nas pessoas com comorbidades ou naqueles que não se imunizaram, como ocorreu com a deputada Carla Zambelli, que chegou a ter que se hospitalar e afirmou “não ter tomado nenhuma vacina”, assinala o médico.

Como pontua Alessandre Guimarães, "as vacinas são o maior benefício para humanidade, em termos de saúde pública, só perdendo em importância para “água potável”; a geração que nasceu após a década de 80 desconhece sarampo, rubéola, caxumba, poliomielite e outras, que eram comuns antes do advento da vacina; a idade média do brasileiro, antes das vacinas, era de 45 anos, ganhamos 30 anos a mais; atualizem seu esquema de vacinação, portanto!", arremata.

 

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