Reabertura do Aterro do Aurá é inaceitável, avalia setor industrial do Pará
Nota assinada por empresas do setor de indústrias do Estado desaprova possibilidade de retomada de funcionamento de lixão a céu aberto
Neste sábado (25), uma nota criticando a possibilidade de reabertura do Lixão do Aurá foi divulgada por empresas ligadas ao setor industrial do Estado. No comunicado, o Centro das Indústrias do Pará (CIP) e a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) afirmam ser inaceitável a possível retomada das atividades do Lixão a céu aberto para receber resíduos sólidos urbanos de Belém e Região Metropolitana.
“É uma mensagem inegável da nossa inabilidade de enfrentar e encontrar soluções para os problemas fundamentais de saúde e qualidade de vida da população. As conclusões levam à certeza mais abrangente de que a gestão de resíduos sólidos urbanos não é uma prioridade na região. Parece que no modelo de gestão compartilhada, a matriz de responsabilidades não foi respeitada”, diz um trecho do comunicado.
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Além disso, na nota os órgãos lembram que a reabertura do Lixão do Aurá pode se considerar crime ambiental. “A falta de priorização dos serviços de saneamento básico em uma cidade demonstra falta de eficiência e inteligência, pois esta carência causa muitos efeitos indesejados na população e, ainda, não se deve desconsiderar que isso também representa um crime ambiental, uma vez que a política nacional em relação aos resíduos sólidos estabeleceu prazos para fechar lixões tão prejudiciais à sociedade e ao meio ambiente e nunca a possibilidade de reativar esses espaços”, frisa o texto.
Ao final, CIP e Fiepa se colocam à disposição para futuras conversas e buscas por soluções ao problema enfrentado relacionado à crise do lixo na RBM. “Colocamos nossas inteligências e o amor por nossa capital à disposição de nossos dirigentes para encontrarmos uma solução mais palatável para este imbróglio. Esperamos que este seja um prenúncio daquilo que não devemos e não podemos aceitar e que, com base nesta triste notícia, possamos mudar a nossa visão sobre os resíduos urbanos, tratando-os não como resíduos, mas como uma oportunidade para o desenvolvimento da sociedade”, finaliza a nota.
Crise do Lixo
Há menos de uma semana para o fechamento do Aterro Sanitário de Marituba, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), anunciou na sexta-feira (24) que a capital paraense voltará a utilizar o Lixão do Aurá, que foi desativado em 2014. Após a ordem para encerrar as atividades em Marituba, e com a tentativa frustrada de remanejar o lixão para uma área onde vivem comunidades tradicionais do município de Bujaru e Baixo Acará, no nordeste paraense, a prefeitura de Belém precisou considerar a reativação do Lixão do Aurá.
O anúncio feito por Edmilson Rodrigues ocorreu durante coletiva de imprensa realizada na Câmara Municipal de Belém. O prefeito, que foi ao local para detalhar aos vereadores a participação de Belém na COP-28, que acontecerá em Dubai, acabou tendo que concentrar suas respostas no tema que aflige Belém e sua região metropolitana há décadas.
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