Quadro psicótico: conheça os tratamentos e saiba como identificar
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou no ano passado que o Brasil possui a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo
O quadro psicótico é um evento patológico onde o indivíduo perde em graus variáveis a conexão com a realidade, podendo durar alguns dias e até alguns anos. De acordo com o último grande mapeamento global de transtornos mentais, divulgado no ano passado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil possui a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo.
O médico psiquiatra, conselheiro-suplente do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) e vice-presidente da Associação Paraense de Psiquiatria (APP), Dirceu Cavalcanti Rigoni, informa que o quadro psicótico tem como característica principal o rompimento com a realidade.
VEJA MAIS
Ele explica que o quadro pode se manifestar com alucinações, “quando há percepções sensoriais sem o estímulo correspondente, exemplo ouvir vozes, delírios quando o indivíduo tem uma crença inabalável em um conteúdo absurdo e comportamentos desorganizados como acumular lixo, vagar pela rua por horas/dias sem rumo, colocar-se em risco e entre outros”, pontua o médico.
A Neuropsicóloga Christiane Macedo Tenório cita sobre o Transtorno Psicótico Breve, que tem duração de mais de 24 horas e menos de um mês. A profissional destaca que diversas patologias podem cursar com psicose.
"Pode ser resultado de algo físico e transitório, como infecções, uso de substâncias como maconha, cocaína, álcool, estimulantes, alterações eletrolíticas, hormonais e afins. Bem como pode ser resultado de adoecimento mental, geralmente sendo mais perene, tais quais esquizofrenia, transtorno bipolar, depressões graves, transtorno delirante e quadros demenciais. Há também o transtorno psicótico breve, que dura no máximo 30 dias”, explica a psicóloga.
Na visão do psiquiatra, o quadro psicótico pode estar associado a algum transtorno mental não tratado, uso de drogas ou a algum agente estressor externo.
Tratamentos
Sobre tratamentos, o médico diz que há várias opções, mas que depende da causa. “Nas causas orgânicas (somáticas, físicas), é fundamental que sejam corrigidas de pronto para que haja resultado. Nos quadros de adoecimento mental, os principais são os antipsicóticos (neurolépticos ou bloqueadores de receptor dopaminérgico D2) e a eletroconvulsoterapia (muito indicada em casos que não se pode usar a medicação ou casos onde a medicação não responda)”, detalha o médico.
Na visão da psicóloga, o tratamento deve ser feito com acompanhamento médico com psiquiatra, medicamentoso e terapia psicológica. E algumas das características que apontam o quadro psicótico são as alucinações, delírios, pensamento desorganizado e funcionamento comprometido nas atividades de vida diária.
Não há faixa etária ou um perfil de pessoas com tendência para esse quadro. Christiane Tenório destaca que qualquer indivíduo pode apresentar a desconexão com a realidade e mudança repentina de comportamento.
Mas o médico psiquiatra Dirceu Cavalcanti observa que no início da vida adulta há maior potencial para os adoecimentos de causa mental, mas não é regra. “Idosos também são uma faixa mais vulnerável pelas causas físicas e demenciais. O perfil varia muito da causa, sendo uma interação genética, ambiental e social/circunstancial”, explica o médico.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA