Profissionais da educação lançam livro com experiências inclusivas

Foi lançado nesta quinta-feira (4), no Memorial dos Povos, o livro "Escrevivências e Sentidos da Inclusão", que reúne 11 artigos elaborados por 18 profissionais da educação, onde relatam suas vivências e experiências da educação inclusiva.

VEJA MAIS 

Tatiana Maia, coordenadora do Centro de Referência e Inclusão Gabriel Lima Mendes e integrante da equipe da Secretaria de Educação do Município (Semec), explica que a obra nasceu do desejo de deixar registradas as experiências de um grupo de profissionais - professores, psicólogos e assistentes sociais - que atua na rede municipal de educação e vivencia diariamente a pauta da inclusão.

"Nós resolvemos nos unir e colocar nossas experiências cotidianas a partir de encontros que tínhamos após nossos expedientes, fazendo rodas de diálogos Freireanas, como forma de ouvir as experiências uns dos outros. E dessa forma fomos construindo os textos. Esse trabalho durou em torno de 14 meses", conta Tatiana, que coordenou o projeto.

O livro aborda o trabalho de inclusão conduzido pelos profissionais, mas, também aborda a questão do olhar e da sensibilidade a partir das dificuldades que enfrentam durante o processo. Por isso, destaca Tatiana, o livro não é voltado apenas para quem é da área da educação. "Trata-se de uma leitura para o público geral, pois o conteúdo é recheado de histórias", ressalta. 

"Não se trata de um livro apenas didático, é uma leitura leve, que tem história e sensibilidade. Qualquer pessoa que gosta de ler vai gostar de conhecer um pouco da vivência de educadores que atuam e lutam pela pauta da inclusão", afirma Tatiana.

"Foi um trabalho muito bonito de fazer, pois nós fomos construindo os textos de forma coletiva e sem melindres, pois íamos mexendo nos textos um do outro", completa a coordenadora.

O professor Jarbas Silva, que tem deficiência visual e trabalha no Centro de Referência e Inclusão Gabriel Lima Mendes, destaca que participar da produção do livro proporcionou uma realização pessoal e, ao mesmo tempo, coletiva, pois, mesmo diante das dificuldades, o grupo conseguiu elaborar um material rico em informações e conduzido com sensibilidade sobre a educação inclusiva.

"No ano passado começamos a nos reunir e pensar sobre as nossas ações enquanto educadores. Nós sentamos, montamos um projeto e, no decorrer de todos esses meses, construímos esse trabalho. É uma emoção indescritível, pois é prazeroso ver o resultado de uma tarefa desafiadora como essa e cheia de experiências", destaca Jarbas.

Quanto ao critério de escolha dos autores, Tatiana explica que foi por meio de um chamamento aos profissionais do Centro de Referência e Inclusão Gabriel Lima Mendes. O trabalho foi feito de forma totalmente voluntária e sem qualquer tipo de seleção.

"No centro [Gabriel Lima Mendes] nós temos várias equipes que atuam com deficiência visual, auditiva, espectro autista, entre outras condições. Diante disso, cada grupo foi escrevendo de acordo com suas experiências. Além disso, temos também professores com algumas dessas deficiências e fizemos questão de dar protagonismo a esses profissionais", acrescenta Tatiana. Agora, antecipa, a ideia é também lançar o áudio livro e uma edição transcrita no sistema Braille.