Prefeitura retira barracos de famílias acampadas no Parque Guajará
Elas já haviam sido expulsas de terreno na Augusto Montenegro, e acampavam ao lado
Funcionários da Secretaria Municipal de Urbanismo, da Prefeitura de Belém, retiraram, nesta sexta-feira (15), os 20 barracos de madeira, cobertos de lonas pretas, que foram montados em frente a um terreno na avenida Augusto Montenegro, no Parque Guajará (Tapanã), em Belém.
As famílias já haviam sido retiradas da área dia 13 de fevereiro - mas continuaram acampadas do lado de fora do terreno, próximo à pista e em frente à Celpa, no sentido Belém.
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Francisco Oliveira, chefe do setor de demolição da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), justificou a ação: "Estamos fazendo a desobstrução da área pública, por causa das obras do BRT. Tivemos dois dias de conversação. E está sendo feito de forma tranquila", disse. "Nesse final de semana, vai começar a ser mexida essa área (por causa do BRT). Nós estamos desmontando e eles estão levando a madeira", explicou.
MORADIA
As famílias dizem que moravam antes de aluguel ou com parentes. E querem moradias.
Também afirmaram que lutam por essa área desde 2008. E se dizem abandonados pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab), que ficou de cadastrá-los em programas de moradia. São 300 famílias aguardando respostas.
Gorete Garcia, do Movimento de Luta por Moradia, está dando apoio às famílias. Ela disse que as retiradas das famílias, feitas até agora, foram "ilegais, porque não tinham mandado judicial". Ela acrescentou que, para tratar desse assunto, já houve um primeiro contato com o novo presidente da Cohab, José Scaff. O movimento também tenta apoio de parlamentares e tenta sensibilizar o prefeito de Belém. "Zenaldo também deveria entrar nessa luta com a gente, olhando a situação desse povo", disse.
À época da desocupação, ocorrida dia 13, a redação integrada de O Liberal entrou em contato com a Cohab para pedir informações sobre a situação do cadastro das famílias. Em nota, publicada dia 14, o novo presidente da Cohab, José Scaff - que tomou posse também no dia 13 -, disse que estava "tomando conhecimento das questões pertinentes à atuação da instituição", e que deveria "se manifestar posteriormente sobre a questão da reintegração de pose do terreno na Augusto Montenegro".
Com a nova retirada dos barracos, as famílias dizem que vão voltar para o terreno e aguardar uma posição da Cohab.
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