PMs da Companhia Fluvial e voluntários levam alegria para crianças ribeirinhas
A ação solidária de Natal ocorreu em Cotijuba
Policiais militares da Companhia Independente de Polícia Fluvial (Cipflu) e voluntários realizaram, na manhã de sexta-feira (20), uma ação solidária de Natal. A programação, que faz parte do projeto Ribeirinhos da Paz, ocorreu na Escola Estadual Professora Marta da Conceição, na ilha de Cotijuba, nos arredores de Belém. Eles distribuíram brinquedos para 150 crianças de diversas ilhas.
A saída de Belém, às 8h10, foi do píer da Cipflu, na avenida Arthur Bernardes, no bairro de Val-de-Cães. Todos foram conduzidos em um barco, e a viagem durou em torno de uma hora. "Conseguimos arrecadar mais de 150 brinquedos em uma aula solidária no auditório do Hospital de Aeronáutica. Os brinquedos foram distribuídos e embalados conforme as cartinhas recolhidas pela equipe da Polícia Fluvial", disse a enfermeira Thamyris Marinho, que organizou essa arrecadação. Além da entrega dos brinquedos para as crianças que fizeram as cartinhas, houve sorteio de panetones para as mães presentes, brincadeiras e lanches.
Entre os lanches, hot dog, salgadinhos, crepe, churros e refrigerantes. As crianças brincaram e se divertiram bastante. "São coisas que fogem um pouco da realidade das crianças ribeirinhas, mas que as fazem muito felizes", afirmou. "A nossa meta mais que dobrou da ação do ano passado. Graças a Deus, conseguimos alcançar o objetivo com a doação de muitas pessoas", acrescentou.
A iniciativa de arrecadar brinquedos para as crianças partiu de uma aluna da professora Thamyris Marinho, que leciona em um curso técnico (DNA) e trabalha na UTI móvel do Samu Belém. Em apenas uma semana, em 2018, ela e os demais voluntários arrecadaram mais de 90 brinquedos, dois pacotes de refrigerantes, 60 pipocas, nove panetones e 30 bolas. E ainda prepararam 100 hot dogs.
No ano passado, foi a primeira vez que Thamyris, que estava vestida de Mamãe Noel, participou dessa ação, também realizada em parceria com a Companhia Independente de Polícia Fluvial da Polícia Militar. "A ideia surgiu de uma aluna minha (Thays Santos). Eu aceitei e fui atrás de organizações que trabalham com crianças e encontrei o projeto Ribeirinhos da Paz, da Companhia Fluvial da PM", disse. É o segundo ano consecutivo que ocorre essa arrecadação e os voluntários se somam ao projeto Ribeirinhos da Paz."
"Tem vez que a gente não tem dinheiro pro presente", diz mãe
Juliana Costa de Freitas, 25 anos, trabalha com matapi, instrumento usado para pegar camarão. Ela mora na ilha Longa, distante 20 minutos de lancha de Cotijuba. E, para participar dessa ação, levou a filha, que também se chama Juliana e tem 6 meses. "É bom para criança se divertir, brincar", disse.
A doméstica Ana Maria Costa Freitas, 36 anos, também mora na ilha Longa. Um filho dela, Renan, de 14 anos, participa do projeto Ribeirinhos da Paz. Ela tem outros três filhos, de 18, 7 e 4 anos. "É muito bom. Traz alegria para as crianças, principalmente nesse período de Natal. As coisas são difíceis pra gente que mora no interior. Tem vez que a gente não tem dinheiro para comprar um presente. Eles dando já substituem a gente", afirmou. Renan participa do projeto há um ano, fazendo Jiu-Jitsu (arte marcial). Ele gosta muito. "O que a gente aprende é só para treinar e ganhar campeonato", afirmou.
A capitã Cássia Sousa, subcomandante da Companhia Independente de Polícia Fluvial, pertencente ao Comando de Policiamento Ambiental, destacou a participação dos demais colaboradores, "que adotaram uma cartinha de cada criança, podendo realizar o sonho delas nesse Natal. Esse projeto acontece segundas, quartas e sextas, pela Companhia Independente de Polícia Fluvial, em que os militares executam as aulas de Jiu-Jitsu para essas crianças da região das ilhas de Belém. Acontece aqui na ilha de Cotijuba e na ilha do Urubuoca, atendendo 70 crianças", disse.
Diretora da escola Professora Marta da Conceição, Lorena Saem destacou a importância dessa iniciativa. "Em 2017, expandimos o projeto. Antes, era só um anexo, o Urubuoca, que era assistido pelo projeto, que já não cabia mais lá, no nosso barracão. A gente tem uma outra escola, que é sede, com espaço mais amplo, e a gente precisava de um projeto de intervenção mesmo dentro da escola. A própria presença do Estado em forma de segurança, mas também um projeto social em que as crianças pudessem ter outras opções dentro da ilha. Não só da parte educacional, mas esportiva, de cidadania e valorização do próximo. E tudo isso o projeto Ribeirinhos da Paz abraça nesses anos todos", disse ela, que dirige a escola desde 2017.
"Aqui, o projeto funciona com prática esportiva do Jiu-Jitsu. A gente não só colhe medalhas. Nosso retorno também são adolescentes e jovens terem uma outra opção. A ilha é muito limitada. Se o aluno não está na escola e na igreja, está fazendo coisa ruim por aí. A gente não tem essas políticas públicas fortes dentro da nossa comunidade", afirmou Lorena. A escola tem 700 alunos, dos quais 40 participam do projeto. Os outros 30 alunos que estão no projeto são do anexo Urubuoca. "Essa parceria com a Polícia Fluvial é gratificante pra gente e está transformando a realidade dessa molecada", disse a diretora.
A Cipflu é ligada ao Grupamento Fluvial do Pará (Gflu).
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