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Pílula anticoncepcional: veja as principais dicas e orientações de uso

Mesmo sendo considerado um método seguro, os possíveis riscos e efeitos colaterais ainda geram preocupações e incertezas entre mulheres

Eva Pires* e Camila Guimarães

Criada em 1960, a pílula anticoncepcional tem o objetivo de evitar a gravidez. É considerada um símbolo da emancipação feminina, uma vez que, a partir daí, as mulheres começaram a ter relações sexuais sem medo de uma gestação indesejada. É importante destacar que existem diversos tipos de pílulas anticoncepcionais. Geralmente, o uso deste método contraceptivo hormonal é bastante seguro e deve ser indicado por um ginecologista. No entanto, ainda existem muitas dúvidas e mitos sobre a eficácia e efeitos colaterais da pílula anticoncepcional.

Especialista esclarece as principais dúvidas sobre a pílula anticoncepcional

A médica ginecologista Iasmin Araújo afirma que a pílula anticoncepcional é um método espetacular, estudado há mais de 40 anos, que revolucionou e ainda revoluciona a vida de mulheres no mundo todo de todas as classes sociais, permitindo liberdade e planejamento reprodutivo, sem distinção. Entre as vantagens, a especialista destaca que o medicamento é: ofertado no Sistema Único de Saúde (Sus), acessível, de fácil manejo e possível para a maioria das mulheres.

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O que é a pílula anticoncepcional e como funciona?

"A pílula é um método contraceptivo hormonal que surge da combinação dos hormônios estrogênio e progesterona, ou somente de progesterona. Ela funciona de diversas formas, dependendo de quais hormônios ela possua. Mas, normalmente, ela inibe a ovulação, torna o muco cervical (lubrificação) mais espesso e altera o endométrio, dificultando a implantação embrionária. No mercado existem pílulas de estradiol (hormônio bioidêntico) e de etinilestradiol (sintético), com múltiplas opções de progesterona e pílulas somente de progesterona, com diferentes esquemas de posologia (contínua ou com pausa)", informa a médica.

Em relação a eficácia, a médica adverte: "estudos mostram que, aproximadamente, 9 em cada 100 mulheres em um ano irão engravidar em uso de pílula. Para garantir o máximo de segurança possível, o ideal é combinar métodos".

Quem pode tomar e quais são os ricos e efeitos colaterais?

Toda paciente precisa ser consultada e avaliada em conjunto com seu médico para definir qual será o melhor método contraceptivo, é o que diz a ginecologista. Ainda, é importante alinhar histórico médico e exames físicos com expectativas e o que de fato pode ser usado.

"Os benefícios e efeitos colaterais devem ser avaliados individualmente. Pressão arterial, peso, comorbidades e tabagismo, o que a paciente espera com o método e se ela deseja entrar em amenorreia (não sangrar) são alguns dos fatores que devem ser levados em consideração. Sobre os efeitos colaterais: eles podem ser diversos, desde efeitos gastrointestinais até alterações do padrão de sangramento vaginal ou pele oleosa dependendo do hormônio utilizado, por isso a tão importante conversa no consultório alinhando expectativas e possibilidades", avalia.

Entre as principais preocupações em relação aos efeitos da pílula, a trombose (formação de coágulo sanguíneo responsável por causar inflamação na parede do vaso) e a infertilidade pelo uso prolongado são umas das mais relatadas pelas pacientes. Diante disso, a médica explica que:

"A pílula não afeta a fertilidade. O que pode acontecer é mascarar um problema existente visto que ela bloqueia a ovulação. O risco mais temido é a trombose e normalmente este risco é maior nos primeiros meses de uso e também depende de outros fatores de risco associados da paciente como: tabagismo, obesidade, maiores de 40 anos, hipertensão, dentre outros. E por último, engravidar aumenta muito mais o risco de trombose do que o uso de anticoncepcional em comparação".

A pílula anticoncepcional pode afetar a saúde mental ou a libido?

"Pode afetar a libido, porém é importante lembrar que a libido é multifatorial, depende da interação do casal, intimidade, como a mulher se vê, do quanto ela se sente à vontade e segura na relação. Então, a influência do anticoncepcional acaba sendo muito pequena. E em relação à saúde mental, principalmente pensando em TPM (tensão pré-menstrual), o anticoncepcional pode ajudar, bloqueando o ciclo e impedindo as oscilações hormonais do período" revela a especialista.

Como tomar a pílula anticoncepcional corretamente?

Primeiramente, a ginecologista enfatiza que ao iniciar um método, sempre existe um período de adaptação de aproximadamente sete dias, sendo importante também o uso do preservativo. “É preciso tomar o anticoncepcional sempre no mesmo horário. É importante também tomar os comprimidos e fazer as pausas de acordo com cada tipo de cartela. Em caso de esquecimento de tomar um comprimido, não tome mais de um no mesmo dia, siga tomando-os na ordem correta e consulte seu ginecologista", informa.

Benefícios adicionais

"Dependendo das expectativas da paciente e do tipo de pílula prescrita, pode-se melhorar a pele e cabelo; diminuir o fluxo menstrual, cólicas, edema, alterações de humor no período menstrual, além do suporte ao tratamento de doenças como a síndrome dos ovários policísticos ou endometriose", conclui.

Médica usa pílula anticoncepcional para tratar endometriose

image A médica Rafaela Dourado, 25 anos, iniciou o uso da pílula anticoncepcional para tratar endometriose (Foto: Cláudio Pinheiro | O Liberal)

 

A médica Rafaela Dourado, de 25 anos, residente de Belém, passou a usar a pílula anticoncepcional como método de tratamento para endometriose (doença que consiste na presença de tecido endometrial fora do útero). Ela explica como o medicamento foi inserido na sua rotina, quais suas estratégias e como ele afetou sua saúde.

"Eu comecei a usar pílula anticoncepcional com 18 anos por conta de um diagnóstico de endometriose. O médico me informou que a outra opção disponível era um tratamento cirúrgico, o que eu não queria no momento. A partir daí, comecei o uso da pílula anticoncepcional com o acompanhamento do ginecologista", relembra.

A médica relata que, atualmente, o uso do medicamento já está inserido e adaptado em sua rotina. "Hoje eu acho fácil de lembrar de tomar a pílula todo dia. No começo eu não achava, mas depois que eu criei o hábito de tomar todas as noites, não tive mais problemas. A estratégia que eu uso é colocar o alarme no celular e sempre tomar no mesmo horário. No começo, eu tomava pela manhã, mas era muito difícil me adaptar. Então, eu comecei a tomar sempre à noite, que era sempre um horário que eu estava em casa e percebi que era bem mais fácil não esquecer", compartilha.

A partir do uso da pílula anticoncepcional, Rafaela parou de sentir as dores intensas causadas pela endometriose. " O maior impacto na minha saúde foi ter me livrado da dor logo quando comecei o uso. A dor melhorou muito e interrompi o medicamento que usava de forma constante para aliviá-la. Já em relação a outras mudanças, como peso, humor e pele, não notei diferenças significativas", diz.

Ela finaliza ressaltando a importância de buscar o máximo de informação possível antes de iniciar o uso do método contraceptivo, tanto por conta própria como por meio de um(a) ginecologista. "O meu ginecologista é muito acessível, ele me informou bastante. Mas como eu sou profissional da saúde, acabei indo buscar muita informação por mim mesma".

*Eva Pires (estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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