Pets: confira como viajar em segurança com seus animais de estimação
Bichinhos devem viajar em caixas de transportes adequadas, ter à disposição água e comida e as vacinas devem estar em dia, conforme apontam especialistas
Com a chegada do fim do ano, muitas pessoas já estão se preparando para viajar. Para aqueles que são tutores de animais de estimação, a companhia desses amiguinhos costuma ser indispensável. No entanto, para garantir que a viagem seja tranquila e segura, os tutores precisam se atentar a alguns cuidados básicos durante o deslocamento, como apontam especialistas.
O planejamento deve começar bem antes do embarque, segundo explica a veterinária Aryane Silva, de Belém. A médica enfatiza que o recomendado é que os animais sejam transportados em caixas de transporte. Seja para viagens de carro, ônibus, avião ou barco — hábito comum entre os paraenses. Nos itinerários feitos de ônibus, o indicado são as caixas rígidas. No caso do avião, se o PET for levado embaixo do bagageiro, a caixa de transporte rígida é obrigatória. Caso o animal vá dentro do avião com o tutor, uma caixa do tipo flexível ou rígida é a mais adequada. A especialista ressalta que cada companhia aérea estipula o tamanho permitido de cada compartimento.
“A caixa de transporte sempre é a melhor opção. E eles devem ser acomodados com cuidado, longe do calor. E, em viagens de carro, é recomendado fazer paradas estratégicas para fornecer água, permitir que o animal saia um pouco da caixa e faça suas necessidades fisiológicas. Já o meio de transporte mais seguro é aquele que assegure o bem estar do animal, em que ele tenha conforto térmico, conforto em movimentar-se dentro da caixa, água e comida, se necessário. E que não passe por nenhum tipo de estresse”, disse a especialista.
Vacinação atualizada
O veterinário Rogério Politi, de Belém, destaca, ainda, alguns pontos específicos para as viagens de ônibus e que não devem ser deixados de lado pelos tutores. “Se a viagem é intermunicipal, não precisa de atestado padrão emitido por médico veterinário. Se for interestadual, aí sim, precisa de um atestado padrão, em que o proprietário pode entrar no site do Vigiagro/MAPA, preencher o cabeçalho, imprimir e levar ao veterinário para completar o documento com caneta azul, após avaliação de saúde do animal”, frisou.
Garantir que o cão ou gato esteja saudável deve ser uma prioridade entre os cuidados, pontua a especialista Aryane Silva. “Pelo menos um mês antes da viagem, é necessário fazer uma consulta de rotina. De acordo com a necessidade, o médico veterinário vai solicitar exames como hemograma, eletrocardiograma, alguns exames para verificar doenças infectocontagiosas, entre outros. Checar a carteirinha de vacinação onde as vacinas devem estar em dia, principalmente a vacina contra a raiva”, comentou.
Cuidados específicos entre as raças
“Algumas raças precisam de mais cuidados, principalmente as que já possuem predisposição genética de doenças cardiorrespiratórias, quando se fala de viagens muito longas. Por isso, sempre é bom consultar um médico veterinário e checar as condições de cada raça e suas particularidades. Animais idosos, cardiopatas, epiléticos ou ansiosos demais necessitam de uma maior atenção”, alertou a médica sobre a importância de realizar uma consulta prévia.
Ainda segundo o veterinário Rogério Politi, é necessário que os animais estejam “com as vacinas em dia, além de protegidos contra pulgas,carrapatos e mosquitos. Em algumas regiões existem doenças endêmicas, que podem passar para o pet”.
Tutora relata viagem que fez com o cãozinho
Quem viveu a experiência de compartilhar o sonho de viajar com o seu animal de estimação foi a estudante Andreza Souza, de 23 anos. Em agosto deste ano, ela viajou para o Sul do país junto ao cachorrinho Nikki, da raça poodle toy. Apesar de ter sido um tempo longo de deslocamento, ela conta que a viagem foi repleta de cuidados para garantir o bem-estar do cãozinho.
“Pegamos 3 aviões e um ônibus. Atravessamos o Brasil e fomos primeiro para Blumenau, depois de ônibus para o Rio Grande do Sul, que foi uma viagem de uma noite e lá ele foi dormindo, não deu trabalho. [Para a viagem] Tive que comprar alguns utensílios, como bolsa de transporte (com o padrão que a companhia pede no regulamento), biscoitinho, vasilha sanfonada, mantinha pois íamos para o frio. E roupinha, materiais de higiene e limpeza. Fora a comida e água que levei comigo”, relatou.
Antes de pegar a estrada, Andressa conta que ensinou o cãozinho a entrar na bolsa em que seria transportado. Ela viajou ao lado dele. Para ela, essa era uma forma de fazer com que o companheiro se sentisse mais seguro e adaptado durante a viagem. Apesar disso, por conta da movimentação durante o trajeto, o bichinho teve momentos de tensão.
“Ele ficou muito nervoso ao sair de casa na bolsa de transporte, foi contra a tudo que tinha aprendido nos quinze dias antes do treinamento. Chorou algumas vezes e não queria ficar dentro da bolsa, mas ficou quietinho e dormiu na decolagem. Deixei meu pé bem encostadinho na rede da mala pra ele sentir que eu estava ali. E sempre olhando como ele estava”, afirmou.
(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)
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