Pescado consumido no Mercado do Peixe, no Ver-o-Peso, é de qualidade, garantem peixeiros
“Esse pescado que a gente comercializa aqui não tem a ver com águas contaminadas por garimpo”, diz presidente do sindicato da categoria, Fernando Souza
Presidente do Sindicato dos Peixeiros de Belém e Ananindeua (Sindpeixe), Fernando Souza garantiu que o peixe comercializado no Mercado do Peixe, no Complexo do Ver-o-Peso, é saudável. “Nosso peixe é de qualidade e boa procedência”, afirmou, na manhã desta quarta-feira (31).
A garantia foi dada depois da notícia de que, em seis estados da Amazônia brasileira, os peixes consumidos pela população estão contaminados por mercúrio, com concentração do metal 21,3% acima do estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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A lista inclui Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. Os dados fazem parte de uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio, da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Greenpeace, Iepé, Instituto Socioambiental e WWF-Brasil, divulgados na terça-feira (30).
Para os pesquisadores, o problema da contaminação tem relação com o avanço de garimpos de ouro: "o avanço das atividades ilegais de garimpo demonstra uma forte associação com os elevados níveis de mercúrio detectados nos pescados da região, e evidencia a grande interdependência regional".
Portanto, o combate ao problema partiria justamente deste ponto, na visão dos autores:
"A recomendação principal deve ser enfocada na garantia da segurança sobre os territórios da Amazônia e na erradicação de garimpos ilegais de ouro, bem como de outras atividades humanas ilegais que aumentam a disponibilidade de mercúrio para o ambiente, tais como desmatamento e queimadas", afirma o estudo.
"Escolhemos o melhor pescado para o consumidor”, diz presidente do Sindpeixe
“A população pode ficar tranquila quanto a essa notícia. A gente trabalha com o peixe da nossa região próxima, Mosqueiro, região do Salgado. Esse pescado que foi veiculado é do sul do Pará, onde tem possibilidade de haver garimpo”, disse.
“Esse pescado que a gente comercializa aqui não tem nada a ver com águas contaminadas por garimpo. A população pode ficar tranquila e consumir seu pescado, que não tem nenhum problema com esse pescado que a gente comercializa aqui”, afirmou ele, que tem 45 anos de profissão.
Fernando Souza disse que os peixeiros têm todo o cuidado ao comprar o produto, escolhendo, assim, o melhor pescado para ser comercializado. “Isso para o consumidor não seja lesado no seu dia a dia”, disse.
Sobre os cuidados que o consumidor deve ter, ele afirmou disse que as pessoas devem comprar pescado com alguém de confiança e não se basear apenas no preço do produto. “Às vezes, o cliente vai muito atrás de preço e acaba sendo lesado. É melhor você pagar um pouquinho mais caro e ter certeza de que está levando um produto de qualidade”, disse. “Diariamente, trabalhamos com várias espécies de pescado. Tudo peixe de qualidade. Temos a preocupação de estar oferecendo o melhor para o consumidor, para o consumidor não ser lesado. O nosso maior patrimônio é o consumidor", afirmou.
Há 120 peixeiros trabalhando diretamente no Mercado do Peixe. Dona de casa Renê Sueli, 59 anos, disse que observa a aparência do peixe. “E vejo se dá para comprar”, afirmou. Ela também afirmou que só compra o pescado de vendedores de confiança. “Hoje comprei dourada e, talvez, compre gó”, contou.
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