Perfume íntimo da Anitta: ginecologista alerta para os riscos desse tipo de produto
Após o lançamento do perfume íntimo da cantora, especialistas não recomendam o produto, assim como a médica Débora Queiroz que alerta para os perigos do uso do cosmético
No dia 28 de julho, a cantora Anitta anunciou em suas redes sociais o lançamento do Puzzy by Anitta, uma deo colônia unissex direcionada para as partes íntimas em parceria com a indústria farmacêutica Cimed. Segundo a cantora, o produto terá três tipos de fragrâncias, com o foco no bem estar da região íntima. Entretanto, especialistas alegam que o uso de cosméticos íntimos provocam problemas como infecções, irritações da mucosa e alergias.
A empresa responsável pelo produto informou que a fórmula, elaborada pela Cimed, já está com a aprovação da Anvisa. Depois de ter passado pelos testes ginecológicos e dermatológicos, os responsáveis afirmam que o produto é livre de álcool, hipoalergênico e sem parabenos.
Para a médica Débora Queiroz, especialista em Ginecologia e Mastologia, de Belém, mesmo com essas avaliações positivas divulgadas pela empresa, ainda haverá a possibilidade do produto causar problemas sérios. “Por mais que sejam produtos hipoalergênicos, pode haver o surgimento de alergias. Esses produtos, uma vez inseridos no canal vaginal, modificam o Ph e favorecem distúrbios ginecológicos”, disse.
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Porquê não é recomendado usar o perfume íntimo?
O uso desses cosméticos podem modificar o pH íntimo, além de causar o desequilíbrio da microbiota vaginal. Outro fator negativo é devido a sua forma de mascarar e favorecer infecções íntimas. “Produtos que alteram o odor podem mascarar possíveis infecções e outros problemas íntimos. A vagina tem um odor leve e característico que modifica ao longo do ciclo menstrual”, explicou a ginecologista.
De acordo com Débora Queiroz, o uso desses cosméticos pelo público masculino também pode afetar a sua saúde íntima. “Os riscos são os surgimentos das irritações da mucosa e alergias, no qual podem aparecer por meio destes sintomas como: coceira, ardência e queimação”, informou.
Outra novidade é que o produto Puzzy by Anitta poderá ser utilizado na região do anûs. Porém, Débora alerta que devido a região ser próxima do intróito vaginal, o seu uso poderá favorecer a contaminação. “Cremes nessa região poderão favorecer a contaminação da vagina e ainda poderá causar alergias e irritações da mucosa anal”, afirmou.
Vagina é autolimpante
A médica Débora Queiroz também disse que a vagina é um órgão autolimpante e que o odor é característico da região, e que não possui relação com a falta de higiene. “A utilização desses produtos só para camuflar o cheiro pode levar ao desequilíbrio dos lactobacilos que vivem dentro da vagina, além de favorecer o desenvolvimento de infecções e outros problemas ginecológicos”, alertou.
Como recomendação, a especialista afirma que policiar a roupa íntima é também uma das formas de cuidar da sua saúde genital, além de realizar a higienização adequada. “Devemos evitar duchas íntimas, perfumes e cosméticos nessa região. A limpeza deve ser direcionada apenas para a área externa, chamada de vulva. Não se deve lavar o canal vaginal”, indicou a ginecologista.
“Vagina tem cheiro de vagina! Será que vale a pena arriscar a saúde íntima para atingir padrões impostos por uma sociedade que só está preocupada em vender cosméticos?”, indagou Débora Queiroz.
(Vitória Reimão, estagiária sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)
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