Pacientes do PSM da 14 de Março denunciam falta de medicamentos e alimentos em condições inadequadas
Denúncias apontam um cenário de precariedade: faltam medicamentos, não há médicos suficientes, alimentação servida em condições inadequadas e demora excessiva na liberação de leitos

Pacientes do Hospital e Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, conhecido como PSM da 14 de Março, no bairro do Umarizal, denunciam a falta de medicamentos, itens básicos de saúde, alimentação servida em condições confortáveis e demora na protocolação de transferência. A Redação Integrada de O Liberal reuniu duas pessoas que estão internadas na unidade e elas pontuaram que o cenário no local é de precariedade.
Um dos pacientes que decidiram tornar pública a situação foi o jornalista Edir Gillet, de 61 anos, que está internado na unidade há dez dias para a realização de três cirurgias na perna direita. Ele relata as dificuldades enfrentadas no hospital.
“Estou internado para três cirurgias na perna direita e, até agora, nada. No jantar de ontem, a comida não fez bem para mim nem para outras pessoas, que tiveram crises de vômito. Hoje, uma comissão pediu para formalizar essa situação junto à ouvidoria. Não houve resposta até agora. Para piorar, não há Tramal, Dipirona nem Morfina. Não há pomada para curativos de diabéticos, gaze, remédios para pressão arterial e o diurético Furosemida. Hoje completo 10 dias internado neste lugar.”
A situação também afeta os acompanhantes de pacientes da unidade. Jefferson Cruz Barbosa, de 21 anos, é pescador e acompanha o pai, Antônio da Silva, de 48 anos, internado há dois meses no local. Ele também denuncia a ausência de medicamentos e a demora na transferência para um hospital mais adequado ao tratamento do pai.
“Estou aqui com meu pai. Já há dois meses que ele está internado aqui no Pronto-Socorro da 14 de Março, e o hospital não tem remédio. Não tem Morfina, não tem medicamento para pressão, para dor… Está faltando vários tipos de remédios, na verdade. Meu pai é portador de um tumor maligno dentro do ouvido e precisa ser transferido para o Hospital Ophir Loyola. Mas a gente não consegue a transferência. Nada se resolve aqui.”
A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), informou, em nota, que está investigando a situação relacionada à alimentação dos pacientes e que já acionou a empresa fornecedora para apuração. A secretaria também afirmou que aguarda a chegada de medicamentos e insumos já adquiridos.
Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa que recebeu a notificação sobre alimentos que teriam causado mal-estar em pacientes do Hospital Pronto-Socorro Mário Pinotti e já acionou a empresa fornecedora para apuração. Caso sejam confirmadas irregularidades, todas as medidas cabíveis serão adotadas", diz o comunicado da pasta enviado à reportagem.
“Sobre o abastecimento de medicamentos e insumos, a Sesma esclarece que, nos últimos três meses, reativou contratos e negociou dívidas da gestão anterior. Com isso, o município sai do período de contingência e aguarda o recebimento dos itens já comprados e pagos”, continua a nota.
“Sobre as transferências para outros hospitais, a Sesma reitera que o Hospital Municipal de Pronto Socorro da 14 de Março mantém o cadastro dos pacientes atualizado nos sistemas de regulação tanto municipal quanto estadual. Entretanto, a transferência de pacientes depende da disponibilidade de leitos nos hospitais de referência”, finaliza a prefeitura.
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