CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Pacientes com fissura labiopalatal contam com tratamento especializado na Santa Casa, em Belém

Com aproximadamente mil pacientes cadastrados, de recém-nascidos a idosos, o Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais da Santa Casa atua oferecendo atendimentos especializados a pacientes que nasceram com malformação craniofacial

Gabriel Pires
fonte

Com aproximadamente mil pacientes cadastrados, de recém-nascidos a idosos, o Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (SFAC) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), em Belém, atua oferecendo atendimentos especializados a pacientes que nasceram com malformação craniofacial — condição também conhecida como lábio leporino ou fenda labiopalatina — levando, assim, qualidade de vida a essas pessoas. São pacientes oriundos da Região Metropolitana e do interior do Estado que podem contar com uma equipe multiprofissional para dar continuidade no tratamento.

VEJA MAIS

image Varíola dos macacos: Pará soma 75 casos confirmados da doença
Belém tem registro de 52 casos da doença. Cinco casos suspeitos seguem em investigação.

image Covid-19: Pará recebeu mais uma remessa de vacina contra a doença nesta segunda-feira (7)
Ao todo, foram recebidas 100.310 doses do imunizante Pfizer, entre as doses pediátricas e adultas, segundo a Sespa

Essa malformação é uma abertura que pode existir entre os ossos e músculos dos lábios e palato (céu da boca), devido ao não fechamento dessa estrutura ainda na fase gestacional. Para acompanhar pacientes desta condição, o serviço foi implantado em 2018 e hoje conta com 680 atendimentos ambulatoriais por mês, conforme dados disponibilizados pela Santa Casa. Os tratamentos são realizados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e dentro do Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (SFAC), chegando a receber até cinco casos novos por semana, para além das 20 novas vagas de consultas abertas semanalmente em diferentes especialidades. 

A fonoaudióloga Déborah Costa, responsável técnica do SFAC, conta que hoje são 17 profissionais para atendimento exclusivo de fissurados, dentre cirurgiões plásticos, odontólogos e psicólogos, além de fonoaudiólogos. "O serviço foi crescendo, evoluindo, tanto em quantidade como na qualidade. Começamos a observar que a maioria dos pacientes precisava fazer um acompanhamento audiológico, passamos a precisar de mais equipamentos, de mais aparato na parte odontológica. Com o novo espaço hoje dispomos de tratamento completo para os nossos usuários", relatou.

image Acompanhamento é feito a partir de uma equipe multidisciplinar (David Alves / Agência Pará)

Complexidade

Não é somente a cirurgia que deve ser feita no caso de quem possui algum tipo de fissura, seja labial ou seja no céu da boca. O procedimento é apenas uma das etapas de um tratamento, que pode começar no início da vida e se estender até a adolescência.

"O ideal é que a gente receba o paciente assim que ele nasce, isso pode contribuir para que tenhamos os melhores resultados. Mas uma de nossas principais preocupações envolve a alimentação. Por vezes recebemos pacientes do interior que vêm de ambulância só para receber essa orientação. Hoje, o uso da sonda alimentar pode não ser necessária se a criança não tiver alguma comorbidade, se for apenas uma fissura isolada. Naquele primeiro contato a gente conversa bastante com a mãe, que vai passar com a fonoaudióloga para receber todas as orientações sobre alimentação, vai passar com a nossa psicóloga também para receber suporte", detalhou Deborah.

Quando a fissura é apenas labial, a alta pós-cirúrgica pode acontecer logo, mas o mesmo não é possível quando a fissura é lábio palatal - nesta segunda condição, a primeira das cirurgias só pode ser realizada a partir de um ano de vida da criança. O trabalho de fala é feito de forma gradual, respeitando o crescimento e o desenvolvimento do paciente. "Pacientes que têm a cavidade oral se comunicando com a cavidade nasal vão precisar de um longo trabalho para conseguir, posteriormente, ter uma qualidade vocal, uma qualidade de fala", frisou a fonoaudióloga. 

Melhorias 

No final do mês de outubro, a Fundação Santa Casa do Pará recebeu um novo espaço para conduzir o tratamento. Deborah Costa confirma que, com a abertura do novo espaço de reabilitação, o tratamento dos usuários teve ganhos em qualidade. "O paciente fissurado não vai chegar, operar e ir embora. Ele fica em acompanhamento, então com essa demanda crescendo a gente começou a observar que a nossa sala de espera, que era toda organizada, com brinquedoteca, começou a não comportar mais todo mundo. Os pacientes ficavam em pé, no corredor”, explicou.

“Hoje temos uma equipe que dá conta de atender essa demanda, e com um espaço físico mais adequado, com mais consultórios, temos também melhores equipamentos de exames audiológicos de primeira geração, um centro especializado odontológico, serviço de otorrino específico, bem como de pediatria", complementou Deborah.

A aposentada Maria do Socorro Dias Monteiro mora em Tomé Açu, no nordeste paraense, com o neto Felipe Walace, de 14 anos, e uma vez por mês eles vêm à capital para que o garoto faça acompanhamento na Santa Casa. "A gente vem desde que ele era criança, ele nasceu prematuro em Tomé Açu e aqui em Belém foi que descobriram a fissura no palato. Chegou a precisar de traqueostomia e sonda, mas hoje está bem, ele sempre passa por aqui pelo atendimento de fono, psicologia e odonto, e o hospital é uma maravilha. Ele tem vontade até de vir, porque ele gosta, o tratamento é muito bom", relatou Maria.

Serviço

O atendimento de referência da Santa Casa conta uma equipe multiprofissional que inclui médicos especialistas em cirurgia craniofacial, cirurgia plástica, otorrinolaringologia e pediatria, além de fonoaudiólogos, odontólogo, técnico em saúde bucal, nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeira, técnica de emergência e técnico administrativo. O atendimento ambulatorial é realizado de segunda a sexta, no turno da tarde.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM