Noiva denuncia empresa de ônibus que a obrigou a embarcar pet junto com malas em Goiânia

Paraense pegou ônibus para casar em Belém. Ela diz que foi forçada a desembarcar e perdeu passagens

Redação Integrada
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Uma paraense denuncia uma empresa de ônibus de Goiânia (GO) por ter recusado que ela embarcasse com sua cadela, de um ano de idade, para que fizesse o último trecho de uma viagem entre Três Lagoas (MS) e Belém.

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Katrina Lorena Ferreira de Oliveira Lima, de 36 anos, que chegou na madrugada desta quarta (4) à rodoviária de Belém, afirma ter sido obrigada a colocar a fêmea Cacau, da raça Lhasa apso, no bagageiro comum de malas do ônibus.

A raça Lhasa apso é de cães de companhia de pequeno porte. Eles têm expectativa de vida de até 14 anos. Esses cães só chegam ater 28 cm de altura e podem pesar até oito quilos.

Ao se negar a fazer isso, o que ela entende como maus tratos, a empresa chamou a polícia para que a paraense se retirasse do ônibus - e não pode embarcar para Belém, apesar das passagens compradas.

Katrina Lima precisou viajar de Três Lagoas (MS) a Belém com a cadela e o filho Enzo de Oliveira Alves Pereira, de 13 anos, porque vai casar em Belém no próximo dia 13 de dezembro. Seu noivo é de Tês Lagoas. A família toda da noiva é paraense e mora em Ananindeua, apesar dela mora em Mato Grosso do Sul.

Esta manhã Katrina Lima já tinha procurado uma delegacia em Ananindeua. Sem sucesso em fazer o Boletim de Ocorrência, foi também ao Fórum Cível de Pequenas Causas de Ananindeua para denunciar a empresa de ônibus que vendeu as passagens de Goiânia a Belém e se negou a fazer o transporte de seu cão. Porém, lá também foi orientada a fazer queixa na Delegacia de Meio Ambiente (Dema), em Belém.

image Passagens de ônibus de Katrina e o filho (Reprodução)
image Atestado médico e cartão de vacinação da cadela constando que estava apta para viagem (Reprodução)

Empresa teria retirado paraense de ônibus


A noiva saiu de Três Lagoas (MS) rumo a Belém no dia 1 de dezembro, às 13h30, com destino a Goiânia (GO), onde chegou às 7h da manhã do dia 2, pela empresa Mota. Segundo relata, veio com cão em cima, no seu colo.

A empresa mineira, que também vende passagem para Belém, tinha o trecho vendido para que houvesse troca de ônibus em Goiânia. O trecho rumo a Belém deveria ser feito pela empresa Satélite. A passagem havia sido comprada há um mês. A partida de Goiânia a Belém estava prevista para as 11h do dia 2.

"Eles me tiraram à força do ônibus. Ameaçaram chamar até a polícia. Não me reembolsaram as passagens. Foi um grande constangimento e um crime contra o consumidor e também contra os animais", denuncia Katrina, que teve duas passagens pagas perdidas, no valor de R$ 244 cada. "Me deixaram à míngua na rodoviária, mesmo eu tendo argumentado que tinha sido orientada e estar fazer exatamente o que havia recomendado a empresa que me vendeu a passagem em Mato Grosso do Sul".

image Katrina, o filho Enzo, e a cadela Cacau (Arquivo Pessoal)

"Eles (funcionários da empresa de ônibus) me tiraram à força do ônibus. Ameaçaram chamar até a polícia. Não reembolsaram as passagens. Foi um grande constangimento e um crime contra o consumidor e também contra os animais. Me deixaram à míngua na rodoviária" — Katrina Lima

Katrina teve que comprar passagens em outra empresa, a Ouro e Prata, para chegar a Belém. "Comprei três passagens, para não passar de novo pela mesma situação. Cada passagem foi R$ 280. Para mim, meu filho e cachorro, deu R$ 840", detalhou. "Só assim consegui partir para Belém, às 14h. A viagem ocorreu sem anormalidades, e chegamos às 4h da manhã desta quarta-feira (4) em Belém. Estou tentando registrar a queixa porque já estou deseperada com a situação da volta a Três Lagoas".

A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato, por telefone, com a Expresso Satélite, de Goiânia (GO). Um posicionamento deverá ser dado a partir de 13h30, pois a empresa se encontra em horário de almoço.

Posicionamento da empresa

Em nota enviada à reportagem, a empresa Expresso Satélite Norte informou que a proibição do transporte de animais de estimação no salão do veículo é amplamente divulgada no site da empresa, bem como informado ao cliente quando da aquisição das passagens, constando ainda em todos os termos e condições dos sites de venda de parceiros.

A empresa afirma que tal prática não constitui qualquer ilegalidade, uma vez que não há lei federal ou resolução da Agência Regulatória competente ANTT, determinando a obrigatoriedade do transporte de animais domésticos no salão do veículo em viagens interestaduais.

Ainda de acordo com a nota, a opção da empresa visa garantir o conforto, segurança e higiene da integralidade de seus passageiros, uma vez que possui linhas de transporte com mais de 36 horas de duração, "interregno de tempo este muito díspare de voos domésticos e de algumas transportadores com itinerários menores e que autorizam a viagem do pet no salão do veículo".

"Informamos ainda que a empresa vem estruturando junto a organizações não governamentais o projeto PET FRIENDLY, viabilizando o transporte de seus clientes junto aos seus animais de estimação, visando garantir o conforto, segurança e higiene dos animais de estimação mesmo em viagens tão longas e que tão logo concluído informará amplamente seus clientes orientando os procedimentos necessários para tal", finaliza a nota.

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