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OLiberal.com 2 anos: relembre a superação de garotos da periferia através da educação

Para Iris, Beatriz e Ana Paula o ingresso no ensino superior tem deixado de ser apenas um sonho, e se tornando uma realidade.

Amanda Martins
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Os fogos de artifícios, a mistura do cheiro de ovo e trigo ao som da inconfundível “Marchinha do Vestibular” estão se tornando mais frequentes nos subúrbios da Grande Belém. Marcados por estereótipos negativos, os jovens da periferia têm mostrado que a maior arma para lutar pela democratização da educação é com papel e caneta. Alguns destes casos foram registrados em OLiberal.com, há dois anos, quando o portal nasceu. Neste domingo (15), OLiberal.com completa o segundo ano de lançamento e relembra algumas dessas histórias de superação.

NIVER OLIB: A juventude da Terra Firme mostra que a luta pela educação é feito com papel e caneta

Em 2019, OLiberal.com mostrou a comemoração dos calouros moradores do bairro da Terra Firme, que festejaram a aprovação do vestibular em cima de um mini trio elétrico, por toda a comunidade.

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A iniciativa foi do coletivo Tela Firme, que buscou mostrar à vizinhança do bairro a força de periferia para conquistar uma vaga no ensino superior, tanto em universidades públicas como particulares. 

Para Francisco Batista, membro fundador do coletivo, foi uma imensa alegria poder caminhar ao lado dos jovens. “Pudemos evidenciar o quanto eles são importantes para a comunidade, mas também enfatizar a responsabilidade de construir uma comunidade mais justa e estar a serviço do povo e junto com o povo”, diz. Ele afirma que a matéria teve o papel fundamental de engajar na causa em defesa de quebrar o estigma de um bairro violento.

“Imagina só a molecada se ver um veículo de comunicação de tanta repercussão como OLiberal.com. A gente se sente muito feliz de ser uma das matérias escolhidas, porque é um resgate desse momento e a possibilidade de pautar a resistência e luta pela educação pública gratuita e de qualidade", afirma.

O sonho de conquistar uma Instituição pública e ajudar a comunidade

Iris Barros, 19, é moradora do bairro da Terra Firme e participou da carreata. A estudante foi bi-caloura ano passado nos cursos de Enfermagem, na Universidade Federal do Pará (UFPA), e em Medicina Veterinária, na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). No entanto, o sonho da jovem sempre foi cursar Medicina, e este ano, ela conseguiu realizá-lo.

“As três aprovações foram uma felicidade sem tamanho. Não tem como explicar a sensação de passar no vestibular. Foi incrível ter comemorado ao lado da comunidade, porque a gente vê a força da nossa periferia”, diz.

A futura universitária diz que os jovens de baixa renda são acostumados a ouvir que “pobre e a Terra Firme só são vistos nos telejornais com crimes, mas agora eles também podem ser vistos com felicidade. A periferia também resiste e entra na universidade”. 

“OLiberal.com deu essa visibilidade à causa e mostrou que o estudo muda, que ele [o estudo] transforma. A gente agradece esse espaço e dar a palavra para os jovens é mostrar que eles podem. O ensino público é nosso, a gente consegue e devemos lutar por ele”, assegura.

A força que vem da periferia

Beatriz Tavares, 23, conquistou uma vaga na UFPA, no curso de Licenciatura Integrada em Ciência, Matemática e Linguagens, no ano passado. Vivenciando novas experiências e tendo que se adaptar a um ensino remoto, a universitária diz que muitos desafios ainda serão alcançados.

“Vivemos em um país desigual, racista e que mais mata jovens negros e periféricos. Enfrentamos falta de suporte em relação à infraestrutura nas escolas e investimento na educação, má remuneração dos professores. Alguns jovens conciliam trabalho com estudo”, explica.

“Passar no vestibular é uma sensação de felicidade e alívio, porque valeu cada noite mal dormida. É possível sair um doutor, engenheiro ou cientista das periferias. Ocupamos aquilo que é nosso por direito. Lutar e resistir é a forma de ver um mundo muito melhor”, complementa. 

Beatriz acredita que foi muito importante o portal ter mostrado os pontos positivos da comunidade, porque grande parte das reportagens contribue para a criação de estereótipos da periferia. “É possível falar [da periferia] sem ter como sinônimo a violência. Existem muitas pessoas de bem”, afirma a universitária. 

O orgulho de servir de inspiração para outros jovens

Ana Paula Gomes, 25, é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária, mas, em 2019, conquistou uma vaga no curso de Engenharia Civil, também na UFPA. Porém, não conseguiu concluir a matrícula a tempo.

Hoje em dia, ela mora em São João de Pirabas, no Pará, e trabalha na área ambiental. Mas, ainda lembra com carinho o dia que participou da carreata com os outros calouros. 

“Eu já tinha passado uma vez, em 2014, mas daquela vez teve um gostinho diferente, porque tivemos contato com a comunidade. Todo mundo aplaudiu. Viramos o orgulho no bairro. Foi muito gratificante”, relembra a engenheira. 

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Belém
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