Obras de reconstrução no Canal da Mundurucus devem ser entregues em janeiro de 2024

Dentre os serviços que estão sendo feitos desde julho deste ano, estão: sistema de esgotamento sanitário e urbanização; mais de 22 mil moradores serão alcançados com as mudanças

Camila Azevedo

Mais de 22 mil moradores do entorno do canal da Mundurucus serão alcançados com as obras de reconstrução do complexo. A estimativa é da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (SEDOP), responsável pelo processo. A ação possui uma extensão de quase 700 metros e faz parte do projeto de canalização da Bacia do Tucunduba, que já dura mais de 40 anos. A previsão é que a conclusão desta fase seja em janeiro de 2024. Quem reside na área não vê a hora de melhorias, maior qualidade de vida e valorização de uma das principais vias do centro de Belém.

Historicamente, o canal da Mundurucus acumula o descarte irregular de entulhos, animais mortos e o constante mau cheiro vindo desses materiais. O problema é agravado quando o lixo espalhado pelo ponto impede o escoamento da água e as fortes chuvas, costumeiras na capital, intensificam o volume, fazendo os entornos ficarem em situação de alagamento. Os moradores do local falam que muitas casas já foram afetadas.

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O projeto realizado pela Sedop visa a correção desses fatores e conta com troca de solo da rua esquerda do canal, o desenvolvimento urbanístico, econômico e ambiental com a recuperação de áreas degradadas fazem parte das atividades, junto com a diminuição da possibilidade de enchentes com a condução hidráulica de águas pluviais e residuais. Serviços de revestimento em placas de concreto, sistema de abastecimento de água, paisagismo, ponte e passarelas também fazem parte dos planos.

Os desgastes naturais ocorridos e a deterioração fazem parte da trajetória do local. Para isso, engenheiros e técnicos da Ssedop avaliam como fazer a execução sem irregularidades. João Jorge Marques, aposentado de 59 anos, reside desde 1992 na região e já presenciou as diversas fases que o canal passou. Para ele, a expectativa é que as obras tragam alívio. “As vezes enche e a maior dificuldade é que as pessoas jogam lixo dentro, ocasionando o entupimento. Já nos deparamos diversas vezes com animais mortos, é um cheiro insuportável. Estamos esperando há mais de 30 anos por melhorias”, comenta.

O aposentado possui uma venda de produtos diversos e acredita que a área será valorizada quando as obras forem concluídas, o que traz benefícios para todos. “A gente tá no centro da cidade, a Mundurucus é uma via que corta Belém praticamente de ponta a ponta, chegando na Terra Firme. Vai ser muito bom, aqui tem como escoar muito bem o fluxo de carros, a gente vê que isso aqui é uma necessidade muito grande”, destaca João.

O canal da Mundurucus faz parte da Bacia do Tucunduba, zona de 10,55 km² que junta as bacias do Murucutu, Una e Estrada Nova, de acordo com informações da Sedop. As obras envolvem, ainda, esgotamento sanitário e urbanização. “Já teve grande mudança, antigamente era só ponte, a trafegabilidade não existia aqui, era só de canoa. Estamos vendo o progresso chegando onde você mora e isso vai valorizar muito bem o imóvel, vai trazer um benefício muito grande”, relembra o aposentado.

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Esperança

O sentimento de Kairon Melo, de 47 anos, e dos demais moradores do entorno do canal é de melhoria e esperança. O autônomo conta que, no início de 2019, uma manifestação chegou a ser feita para cobrar as mudanças. “Sofríamos, isso é natural desde quando eu vim pra cá. Esse entulho, mau cheiro, lixo. A manifestação foi para que eles viessem iniciar esse trabalho, a gente sentia que estava ficando por último”, diz.

Kairon reside na área desde 1982 e afirma que as obras só vêm para contribuir com a comunidade. “Acredito que ela seja entregue dentro de dois anos. Vamos ter aí uma rua boa pra gente andar, asfaltada, tudo bem pavimentado, ambiente limpo. É isso que a gente espera”, finaliza Kairon.

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