O que é peeling de fenol? Entenda os cuidados que o procedimento estético exige
Considerada agressiva, a técnica promete bons resultados, mas também grande riscos
Rejuvenescer a pele alguns anos é o sonho de muitas pessoas que não gostam da aparência de rugas profundas, cicatrizes e/ou muitas manchas no rosto. Uma técnica antiga, que data de 1960, desenvolvida pelo dermatologista americano Thomas Baker, promete grandes resultados sob riscos igualmente vultuosos: o peeling de fenol.
A dermatologista Caroline Palheta, de Belém, explica que o peeling de fenol é considerado um peeling profundo, sendo o fenol uma substância abrasiva capaz de remover várias camadas da pele.
"Ele é indicado para casos de fotoenvelhecimento muito intensos e rugas muito profundas, especialmente para peles claras. Entretanto, ele pode ser tóxico para o paciente. O fenol é cardiotóxico e nefrotóxico - o paciente pode ter arritmia e lesão no rim", alerta a especialista, que informa também que, por essa razão, o procedimento é automaticamente proibido para cardiopatas e pacientes renais crônicos.
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Por meio da destruição dessas camadas da pele, o procedimento induz a reconstrução dos tecidos, o que, em casos de sucesso, levam a resultados surpreendentes, com uma pele de aparência muito mais jovem, porém, a um preço bem alto, se comparado a outras técnicas:
"Durante o procedimento, o fenol vai gerar uma abrasão na pele como um todo e formar como se fosse uma ferida. Por ser um procedimento agressivo, o paciente precisa se preparar antes, com uso de cremes específicos, e se cuidar muito depois, com medicação tanto oral quanto tópica e sem exposição ao sol, alterando bastante a rotina desse paciente. [O peeling de fenol] exige uma recuperação mais longa e lenta. A pele demora uns 30 dias para se renovar. Muitos pacientes têm uma alteração permanente na cor da pele, geralmente fica mais clara", detalha Caroline Palheta.
A dermatologista pontua que, devido à agressividade do peeling de fenol, ele não pode ser considerado um procedimento estético qualquer, que o paciente escolhe fazer por conta própria. É preciso ter indicação médica, a partir de um profissional qualificado que avalie a relação custo e benefício.
"Normalmente, antes do paciente buscar o tratamento, ele tem que buscar um profissional qualificado de confiança para examinar a necessidade dele. O médico mais indicado é o dermatologista. Até porque, mais recentemente, já existem técnicas que oferecem menos riscos, como alguns procedimentos a laser, que também não tiram tanto o paciente da rotina dele", afirma a dermatologista.
"Todo o procedimento, ainda que seja estético, tem risco. Por isso, o profissional de confiança deve examinar, indicar, orientar, executar e acompanhar o paciente durante e após o procedimento. A gente deve ter muita cautela com propagandas nas redes sociais, que prometem 'milagres'. Todo procedimento pode ter impacto na saúde do paciente, por isso, ele tem que pesquisar bastante esse profissional e ele precisa ser capacitado para o procedimento", enfatiza a especialista.
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