Neopilates: método brasileiro encanta praticantes em Belém
Atividade promete benefícios para o corpo e para a mente
O Pilates, método de exercícios de origem alemã, ganhou uma adaptação brasileira há, pelo menos, 15 anos, e vem se popularizando, atraindo cada vez mais adeptos: o chamado Neopilates. A variação do método tradicional foi desenvolvido pela fisioterapeuta catarinense, Amanda Braz, combinando técnicas de Pilates, treinamento funcional e circo. Em Belém, a modalidade tem ganhado não apenas praticantes, mas admiradores que sentem na pele os benefícios prometidos, entre eles a melhora da saúde física e mental.
Hoanne Rodrigues, fisioterapeuta e instrutora de neopilates, de Belém, conta que o método mantém os mesmos princípios do Pilates, com o diferencial do uso de recursos comumente aplicados na tradição circense: "são os cinco mesmos princípios do Pilates: centralização, concentração, fluidez, precisão e respiração, só que, no neopilates, a gente vai usar recursos acrobáticos. A gente costuma usar o tecido, as liras, as bolas, fazer bastante trabalho de equilíbrio, de percepção do próprio corpo, que faz parte da conscientização corporal e, através desse trabalho mais fluido, mais circense, a gente consegue alcançar mais objetivos".
Assim como seu precursor, o neopilates agrega vários benefícios que promovem desde o bem-estar físico ao mental. Hoanne destaca a conexão entre o corpo e a mente: "a pessoa começa a trabalhar o corpo baseada na instrução de alguém que está orientando a respiração, os movimentos, o uso muscular, a pessoa consegue se conhecer muito melhor e saber, de forma consciente, qual parte do corpo trabalhar. A partir daí, tem vários benefícios como respirar melhor, alívio de ansiedade, estresse, melhora da postura, melhora das condições de quem tem artrose, hérnia de disco e outras condições crônicas, porque faz o fortalecimento dessa região abdominal, que faz a sustentação da nossa coluna".
Uma das vantagens do neopilates em relação a outras práticas de atividade física é o baixo impacto. Por isso, ele acaba sendo um exercício indicado para pessoas com doenças e dores crônicas, além de idosos e outros grupos com alguma limitação física. Além disso, o método permite muitas adaptações, fazendo com que ele se adeque às possibilidades de cada aluno para executar os movimentos: "mesmo os movimentos mais difíceis são adaptáveis, então mesmo uma pessoa que vem do sedentarismo consegue fazer", diz Hoanne.
A instrutora garante que, dependendo da especialidade do professor, qualquer público pode se beneficiar independente da faixa etária: "existem instrutores que trabalham mais com público infantil, outros com idosos, outros com atletas, mas todos os públicos se beneficiam com o neopilates. Eu o recomendaria principalmente para pessoas com um viés mais artístico, que gostam de trabalhar de forma mais criativa e gostam dos esportes mais diferentes, que vão se adequar bem às aulas", orienta.
Quanto aos resultados, a fisioterapeuta garante que eles vêm em pouco tempo: "Em um mês já tem resultado. Quem chega inflamado, com dor, já sente uma melhora. A perda de peso e a definição muscular começam a aparecer por volta dos três meses e outros benefícios a longo prazo, como o sono melhor, mais disposição e, principalmente, a melhora das dores. Hoje, o pilates é padrão ouro para tratamento de dor crônica".
Com apenas um ano e meio de prática, a advogada Regina Lessa comprova os benefícios do neopilates. Ela conta que já conseguiu superar dores e ganhar mais qualidade de vida desde que começou a praticar o método: "Eu encontrei o neopilates por necessidade. Eu tive algumas lesões no meu quadril e precisei começar a fazer pilates para fazer esse reforço muscular. Eu já faço há mais de um ano e sinto muita diferença no dia a dia, principalmente porque eu mudei minha relação com o exercício físico".
Regina conta que já tinha um histórico com a prática de atividade física e que ele não era bom, porém, o neopilates conseguiu mudar essa realidade: "eu comecei a gostar de praticar atividade física, antes eu não gostava. Eu fui aquela criança que fez todos os esportes possíveis e não gostava de nada. No neopilates eu encontrei uma atividade que eu realmente gosto de fazer".
Quanto aos ganhos para a saúde, a advogada não deixa dúvidas: "a mobilidade melhorou muito. Eu sentia muitas dores na coluna. Aquela dor que a gente já fica acostumado no dia a dia, porque eu trabalho com home office. Mas com o neopilates eu consegui me movimentar melhor e até fazer outras atividades físicas, até para conseguir executar melhor as acrobacias. Eu senti que as minhas dores passaram, que eu estou mais flexível. Tinha movimentos básicos do dia a dia que eu não conseguia fazer e hoje consigo".
A estudante Amaranta Sodré, de 26 anos, ainda é principiante na técnica. Há dois meses começou a fazer neopilates como um exercício alternativo à musculação - o que ela não pôde mais continuar fazendo: "eu parei de fazer academia e comecei a vim pra cá. Eu tenho uma bursite no joelho e o médico pediu para eu parar de fazer musculação, mas não ficar parada. Então eu comecei aqui e acho muito bom. Eu acho interessante a forma como a gente tenta controlar a respiração, como o nosso corpo fica diferente com o tempo, fica mais alongado. Mas o principal ganho foi esse, continuar me movimentando, mesmo com essa lesão".
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