Mulher supera doença rara e reencontra filho recém-nascido após 43 dias
Portadora da síndrome Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), Thaís Cristina Costa, de 35 anos, passou por diversas complicações após o parto
“Hoje eu estou me sentindo bem e muito feliz. Estou saindo apta a cuidar do meu filho, e o mais importante é isso, sair com saúde para não precisar retornar”, descreve a auxiliar administrativa Thaís Cristina Costa de Sousa, 35 anos, após ficar 43 dias internada na unidade materno infantil Dr. Almir Gabriel, na Fundação Santa Casa do Pará.
Portadora da síndrome Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), Thaís sofreu diversas complicações depois do parto do pequeno Saulo Gabriel, que nasceu no dia 2 de agosto, em uma cesariana de emergência, realizada na Santa Casa, devido o quadro de saúde da mãe.
A PTT é uma doença hematológica considerada rara e grave, que consiste na ausência ou redução de uma enzima específica (ADAMTS 13) no sangue, o que causa baixa extrema de plaquetas e formação irregular de trombos. Uma crise da doença pode causar Acidente Vascular Cerebral (AVC), distúrbios neurológicos e até a morte.
Thaís descobriu a doença em 2016. Na época ela precisou passar 30 dias internada no Hospital João Bittar. Desde então passou a ser acompanhada pelo Hemopa como paciente crônica de PTT.
Em 2019, a jovem sofreu uma gravidez ectópica, quando o embrião se forma fora do útero, tendo que passar por cirurgia na Santa Casa para interromper a gravidez e para retirada de uma das trompas.
"Graças a Deus eu tive a oportunidade de voltar para poder criar os meus filhos", declara Thaís Cristina
Passados alguns anos e com a doença controlada, em janeiro deste ano, Thaís recebeu a notícia de uma nova gravidez. Por causa da Síndrome Trombótica, ela foi encaminhada para Santa Casa, que é referência em gestações de risco. Durante o pré-natal Thaís não apresentou nenhuma intercorrência até chegar ao o sétimo mês de gestação, quando repentinamente manifestou sintomas da PTT, como manchas roxas nas pernas. Ela procurou o Hemopa e de lá foi encaminhada para Santa Casa, onde chegou no dia 21 de julho em estado gravíssimo
“Foram 43 dias muito difíceis. Quando eu fui para sala de parto eu não sabia se eu ia voltar porque já sabia da minha situação, mas graças a Deus eu tive a oportunidade de voltar para poder criar os meus filhos”, conta Thaís.
Para o parto de Saulo Gabriel foi necessário primeiro estabilizar o quadro de saúde da mãe. Dessa forma, Thaís passou a receber bolsas de sangue e plasma concentrado. Ao todo, foram 531 bolsas de sangue sob uma força-tarefa entre Agência Transfusional da Santa Casa e Hemopa. Toda a família de Thaís também participou da mobilização doando sangue para a jovem.
A maior parte das bolsas foi de plasma, numa operação chamada Plasmaférese, de alta complexidade. Esse procedimento exige maquinário específico (fornecido pelo Hemopa) e vigilância especializada de equipe multiprofissional.
A Plasmaférese é como se fosse uma filtragem do sangue, com retirada das substâncias tóxicas e devolução com o plasma de doação. Cada sessão dura cerca de 4 horas. Assemelha-se visualmente a uma hemodiálise.
Na última sexta-feira (3), Thaís Cristina recebeu alta médica e pode reencontrar seu filho mais novo, que já havia sido liberado do hospital dias antes. Ela já é mãe do jovem Guilherme Sousa, de 18 anos.
“A paciente teve um acompanhamento bem satisfatório, avaliamos seus exames, sinais vitais e ela também que quer ir para casa, como ela está bem só nos resta libera-la”, afirma o ginecologista-obstetra, Ramon Sansuste, responsável pela alta médica de Thaís.
Ansiedade era o sentimento que não faltava para esse reencontro, tanto para Thaís quando para seus pais, irmão, familiares e amigos que a esperavam chegar em casa.
“Nossa família tem mais um milagre”, celebraram alguns parentes bastante emocionados.
Emoção também foi o que moveu Deyvesson Saulo de Sousa, pai da criança. Ele agradeceu o apoio da família que se dividiu entre os cuidados de Saulo Gabriel e as orações em favor de Thaís. “Esse bebê veio para trazer alegria para os nossos corações depois de algumas perdas difíceis”, declarou Deyvesson
Para Thaís, o momento é de recomeço. “Daqui por diante eu quero viver uma vida normal, saudável e eu espero ser muito feliz.”
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